5-1-29082019-minDiariamente, recebo uma grande quantidade de informações, postagens, notícias, artigos etc., boa parte delas relacionada a pneus e transportes. Entre tantos, recentemente li uma postagem feita pela revista O Carreteiro que, em apenas seis slides, tenta resumir o que é relatado no livro Consumo de Combustível – Uma Questão de Atitude, de autoria de Luiz A. Pigozzo.

Basicamente, se trata de dizer que o consumo de combustível depende, em grande parte, da forma como o motorista conduz o veículo, de acordo com a postagem. Como não tive oportunidade de ler o livro, vou, portanto, me ater ao que foi publicado pelo site.

Nos seis slides são elencados alguns itens e o quanto representam nos gastos com um caminhão rodoviário:

– Combustível: 68%
– Manutenção: 12%
– Pneus: 8%
– ARLA 32: 4%
– Óleo: 1%
– Lavagem: 1%

É possível extrair de tais informações algumas observações. E a primeira é que muitas outras despesas diretas foram ignoradas. Entre elas, o salário e encargos, no caso de motoristas contratados pela empresa, que superam os gastos com óleo, por exemplo.

Sem dúvida, o consumo de combustível é fortemente influenciado pela forma como o motorista conduz o veículo, para melhor e para pior. Incontestavelmente é a maior despesa, por variar sob a influência de diversos outros fatores, além da forma de condução, entre eles a calibragem dos pneus – que incide ao mesmo tempo sobre os pneus, a terceira maior despesa –
, o peso da carga, as condições topográficas e climáticas do percurso, manutenção (especialmente a regulagem do motor), para citar apenas algumas.

No exemplo dado pelo site, por se tratar de veículo que necessita de ARLA 32, deduz-se que seja um equipamento com motorização que atende aos requisitos do da fase P7 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que entrou em vigor em janeiro de 2012. Em comparação com a média de idade da frota brasileira, é um veículo relativamente novo.

Com frequência, vemos notícias de que as vendas de ARLA 32 não são compatíveis em volume com o consumo de diesel e também dos “truques” utilizados por empresas e motoristas para burlar os controles eletrônicos desses motores, com a finalidade de “economizar” o aditivo sob o argumento de que é muito caro e representa elevada despesa. Só que ao “economizar” o aditivo, irá aumentar as duas maiores despesas, as realizadas com combustível e manutenção. Literalmente, é o que se chama de tiro no pé.

Manutenção então nem se fala. Se mal feita ou irregular passa, na melhor das hipóteses, de preventiva e programada, para corretiva, mais demorada e mais cara. E quanto mais tempo o veículo fica parado na oficina, menor o faturamento. Se havia um buraco no orçamento, ele vai ficando cada vez maior e mais fundo.

Outro ponto que chama a atenção é que da maneira como foi publicado pode levar ao entendimento incorreto de que tal divisão dos gastos possa ser utilizada para qualquer veículo que atue na mesma condição, ou seja, transporte rodoviário de cargas. Só que não é assim.

Veículos iguais e que circulem por rotas distintas, terão resultados bem diferentes. Numa rota por estradas pavimentadas no estado de São Paulo, um caminhão, possivelmente, terá um gasto menor com combustível pela qualidade do piso, relativa planicidade do relevo e menos curvas. Veículo idêntico rodando por Minas Gerais irá enfrentar muito mais subidas, descidas e curvas, gastando mais combustível. Por outro lado, em São Paulo o gasto com pedágio será maior.

As despesas com lavagem, embora possam parecer irrisórias, serão maiores em regiões em que as estradas não sejam pavimentadas, e pior ainda em época de chuva. E aqui, nestas condições, também será maior a despesa com manutenção. Para citar apenas um item, a necessidade de troca de filtros, uma vez que a quantidade de poeira e terra irá obrigar à substituição de elementos filtrantes a intervalos menores.

Uma manutenção que deixe de ser feita pode parecer uma economia imediata, mas que irá se transformar em maiores gastos no curtíssimo tempo. Economia, mesmo, é quando fazemos o que é certo e no momento correto. O resto é desperdício.

Por: Redação Na Boléia

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