Setor de TRC se destaca no PIB, mas enfrenta desafios para 2024
Carregado de obstáculos, o ano de 2023 foi de desafios para o setor de transportes. A volatilidade nos preços dos combustíveis, mudanças na legislação e a importância da atenção às questões ambientais foram fundamentais para os resultados econômicos do setor.
De acordo com o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, métrica fundamental para medir a saúde econômica de um país, o Brasil cresceu 2,9% em relação ao ano anterior e alcançou R$ 10,9 bilhões, o que colocou a nação como a 9ª maior economia do mundo no ano, à frente do Canadá e atrás da Itália. Além disso, houve crescimentos na Agropecuária (15,1%), na Indústria (1,6%) e em Serviços (2,4%).
Dentro deste resultado, o setor de transportes também foi impactado pelo crescimento brasileiro e testemunhou um aumento significativo de 2,6% em relação a 2022. O aumento do PIB do transporte, mesmo que positivo, foi inferior aos anos anteriores, que registraram crescimento de 12,9% em 2021 e 8,4% em 2022.
Entre os fatores que impulsionaram este crescimento estão a atividade agropecuária e o aumento das compras online. “O setor agropecuário foi o maior responsável pelo crescimento, isso se deve à safra recorde de grãos, que requer o escoamento da produção. Além disso, a migração das compras online em detrimento das presenciais, desde a pandemia, criou o hábito na população e ajudou a manter o setor de transportes em alta”, explicou a economista do IPTC (Instituto Paulista de Transporte Cargas), Raquel Serini.
Previsões para o futuro
Para 2024, o Banco Mundial elevou a projeção de crescimento do PIB brasileiro. O organismo espera que a métrica econômica do país cresça 1,7% acima de sua última projeção, que apontava alta de 1,5%.
Segundo Raquel Serini, os fatores que podem influenciar o crescimento da economia do TRC (Transporte Rodoviário de Cargas), em 2024, estão atrelados à redução da taxa de juros, ao crescimento da economia e à demanda pelo serviço de logística.
“A redução da taxa de juros e o aumento do PIB brasileiro têm incentivado as empresas a investir no crescimento da frota, aumentando o número de empregos no setor de transporte. Automaticamente, com o crescimento da economia, a demanda pelo serviço de logística tende a crescer porque o giro de mercadorias aumenta”, conta Serini.
Os desafios se encontram quando comparamos o crescimento deste ano aos motivos que fizeram o setor crescer no ano anterior. “A expectativa para o próximo ano não é tão positiva. Isso se deve principalmente à projeção de redução da safra devido a problemas climáticos como as enchentes no Sul do país e a diminuição do investimento do governo no setor em 2024 para cumprir as metas fiscais “, finaliza a economista.
Apesar da projeção desafiadora de crescimento para 2024, o setor de transportes, ano após ano, mostrou-se muito resiliente na resolução conjunta dos problemas que afetam tanto a demanda de serviços ofertados quanto a logística da operação. É por isso que Serini afirma que mesmo com um cenário complicado, a situação não é alarmante.
Por Redação Na Boléia