Scania projeta crescimento em 2018
O ano de 2017 foi um período de grande aprendizado para todo o setor de transportes, afinal, amargando quase 70% de queda em vendas, o segmento teve de se reinventar, adaptando-se a uma fase de poucos negócios e muitos desafios, na qual buscar alternativas para não perder rentabilidade se tornou o principal objetivo de companhias de todos os portes.
Mesmo em meio a esse cenário obscuro, as empresas tiram grandes lições dessa crise e conseguiram traçar estratégias para se manter em tempos difíceis. Prova disso é que 2018, com previsões de recuperação da economia nacional, já começou trazendo melhores ânimos. O otimismo voltou a fazer parte dos discursos de empresários e do Governo, que se mostram confiantes na retomada do País.
De acordo com Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da Scania no Brasil, já se percebe um reaquecimento da economia e aumento da confiança do consumidor. Segundo ele, a economia está se deslocando da política. “Temos uma melhora gradativa do mercado e contamos com alguns fatores que poderão ser decisivos para um ano melhor, como a baixa dos juros e uma renovação da frota Euro 5, adquirida no auge do mercado entre 2012 e 2014”, completa.
No ano passado, a Scania, mesmo em meio à crise do País, registrou aumento de vendas. Segundo dados da Anfavea, no acumulado de janeiro a dezembro, a empresa emplacou 5.754 caminhões. Houve também alta de vendas e participação do mercado em todas as categorias em que a montadora atua acima de 16 toneladas, – caminhões semipesados e pesados.
No balanço, a Scania vendeu 36% a mais do que em 2016 (4.245 unidades), em um mercado que cresceu 9%. No segmento dos pesados, palco das disputas mais acirradas, a marca vendeu 4.901 unidades: alta de 38% em relação aos 3.542 modelos comercializados de janeiro a dezembro de 2016, sendo que o mercado cresceu 23%.
A Scania alcançou market share de 26% em 2017 contra 23% de 2016. Nos semipesados, as 853 unidades comercializadas pela montadora contribuíram para um acréscimo de 21%, no comparativo com os 703 veículos de 2016, e foram na contramão da queda de 7% da categoria.
“Foi o maior índice de crescimento da categoria. Ficamos pela primeira vez em quinto lugar no total e estivemos muito perto da quarta colocação no acumulado. A participação subiu de 4,7% para 6%”, declara Barral.
Entre os setores que contribuíram para que a queda no setor de transporte não fosse ainda maior está o agronegócio, que representou cerca de 25% de todo o volume vendido de caminhões rodoviários em 2017.
Projeção de alta
Para 2018, a Scania, assim como a maior parte das montadoras, projeta alta no mercado, com previsão de até 30% de crescimento nas vendas de caminhões acima de 16 toneladas. Segundo Barral, a companhia está pronta para a recuperação do setor e pretende manter o ritmo de crescimento.
Prova disso foi a entrega, em fevereiro, dos primeiros caminhões equipados com a nova geração de motores da marca. São dois modelos – R 450 e R 510, adquiridos pelo Grupo G 10 durante a Fenatran, feira realizada em outubro último, em São Paulo, e serão utilizados no transporte de grãos. Segundo a empresa, os novos motores têm capacidade para atingir redução de consumo de combustível de até 5%.
“Começamos o ano com a renovação de grandes frotas nacionais, especialmente para atender grãos. A expectativa é aumentar as vendas de novos motores para todos os segmentos rodoviários do Brasil”, revela Ricardo Vitorasso, diretor de Vendas de Caminhões.
Os novos motores estão disponíveis nas potências de 450 cv e 510 cv, atendendo à linha rodoviária da marca. Essa melhora no gasto de combustível acontece devido à tecnologia de alta pressão de injeção de diesel e os múltiplos pontos para diminuir o consumo, os ruídos e também as emissões de poluentes.
Com o lançamento, a Linha R passa a ser composta por seis potências, sendo as duas novas em complemento às quatro atuais de 360cv, 400cv, 440cv e 480cv. Dessa forma, o torque máximo da Scania está entre 1.850Nm (na motorização de 360cv) e 2.550Nm (na nova versão de 510cv).
A versão com 450 cavalos atinge a potência máxima a 1.900 rpm, com torque de 2.350Nm disponível entre 1.000 a 1.300 rpm. Na configuração com 510cv, o pico de potência é a de 1.900 rpm, e o torque máximo de 2.550Nm está entre 1.000 a 1.300 rpm.
A nova linha traz outra novidade: a matéria-prima utilizada em sua construção. Os motores são produzidos em CGI, um composto compactado de ferro e grafite que aumenta a resistência à fadiga.
Por outro lado, apesar de mais robusto e resistente, o novo motor continua leve.Todas as motorizações da Linha R são compatíveis com as configurações de rodas 6×2 e 6×4 e as cabines R Highline e Streamline.
Soluções conectadas
No que se refere a serviços, a Scania também comemora os bons resultados da operação do Plano de Manutenção Flexível. Desde o lançamento, em outubro de 2017, foram mais de 1.000 contratos negociados em quatro meses.
O objetivo da solução é, por meio do uso inteligente de dados, oferecer ao transportador alternativas mais rentáveis para o negócio. Um dos diferenciais do Programa está na forma de pagamento. A mensalidade está atrelada à quilometragem do veículo, sem parcela fixa. Sendo assim, caso o caminhão fique um período parado, sem uso, não haverá custo neste intervalo.
Além disso, a quilometragem está conectada ao consumo de combustível por meio de faixas de economia determinadas, tornando a cobrança mais justa conforme a operação. Ou seja, os veículos que consumirem menos diesel entram em uma faixa de menor demanda de manutenção preventiva, e de tarifas reduzidas por quilômetro rodado. Dessa forma, a boa performance e a condução do motorista passam a fazer ainda mais diferença, sendo um fator crucial para a redução do valor mensal.
A previsão da Scania é que, até o final de 2018, a Manutenção com Planos Flexíveis já represente mais de 50% das vendas de Programas de Manutenção no País.
“Sabendo do grande objetivo da Scania, que é continuar ao lado de nossos clientes, podemos afirmar que os bons resultados das vendas dos nossos caminhões e ônibus serão impulsionados pelo compromisso na parceria com o transportador, dando suporte para que obtenham cada vez mais eficiência e rentabilidade nas operações e oferecendo soluções completas em serviços e conectividade. Continuaremos em direção a um setor de transporte mais sustentável”, completa Barral.
Por editora Na Boléia