Scania entrega os primeiros caminhões a GNV/biometano no Brasil
A Scania realizou, em 28 de maio, a entrega dos primeiros caminhões da marca movidos a gás natural veicular (GNV), adquiridos, no final do ano passado, pela RN Express e Jomed, transportadoras que vêm investindo na transição para um sistema de transporte sustentável. Desde o lançamento dessa nova modalidade de combustível no País, a Scania já comercializou 23 unidades. Os testes começaram por aqui em 2018, com a Citrosuco. No mundo, a companhia já possui 4 mil caminhões a gás em circulação.
A RN Express foi a primeira transportadora a adquirir um caminhão movido a gás natural veicular (GNV) e/ou biometano do Brasil, na Fenatran, em outubro de 2019. A empresa optou por dois modelos R 410, que serão usados na rota São Paulo-Rio de Janeiro para o transporte de produtos da L’Oréal. A empresa ainda atende outros clientes, como Nespresso, Samsung, HP, Nestlé, Starbucks e outros.
A Jomed LOG, por sua vez, fez a aquisição de dois modelos no Salão Internacional do Transporte, também para atender à demanad logística da L’Oréal em rota similar.
Para Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, com a entrega dos primeiros caminhões movidos a GNV, a companhia reafirma seu compromisso com a transformação do transporte no Brasil, comprovando ser possível aliar sustentabilidade à rentabilidade.
“É um momento histórico para a Scania, que além de trazer alta tecnologia para o País, também contribui com a redução de emissões de CO2 no planeta”, destaca.
Conforme o diretor, os caminhões, que possuem índice de nacionalização entre 40% a 45%, foram comercializados pela Casa Codema, localizada em Guarulhos/SP, concessionária que será responsável pelo suporte operacional e a manutenção dos veículos.
Embora o desenvolvimento de combustíveis alternativos também seja uma forte tendência no Brasil, a Scania está ciente de que existem vários desafios a serem ultrapassados para que essas tecnologias avancem mais rapidamente, como ampliação da rede de abastecimento, integração da cadeia, treinamento de motoristas, novo mindset, entre outros.
“Temos conversado com a cadeia de transporte, a fim de buscar o engajamento de todos nessa jornada. Até o momento, os esforços vêm alcançando resultados bastante positivos. Sabemos que não é um processo rápido, mas é um caminho sem volta. É uma solução que se apresenta como a melhor alternativa para o diesel. E o Brasil já está maduro para absorver essa tecnologia. Estamos satisfeitos por liderar a mudança para um sistema de transporte mais sustentável, e por celebrar esse marco, que é de toda a indústria automobilística brasileira”, comenta.
Segundo ele, até 2025, a meta da Scania é ter 30% de sua produção mundial voltada ao desenvolvimento de veículos movidos a combustíveis alternativos. “O Brasil tem grande potencial para produção desses combustíveis, a partir de resíduos, como a biomassa, oriunda de atividades agropecuárias, que pode ser transformada em energia”, lembra.
Inicialmente, o portfólio de caminhões movidos a GNV da Scania está voltado para aplicações rodoviárias, em médias e longas distâncias. Segundo Munhoz, os veículos podem atender, inclusive, segmentos, como mineração, cana de açúcar e outros. Até o final do ano, a solução será testada nos modelos off-road.
Para atender essa nova leva de clientes, a Scania está preparando sua rede de concessionárias para oferecer todo o apoio aos caminhões a gás. Entre os itens que serão obrigatórios nas oficinas para manutenção dos novos veículos constam boxes, ferramentas e check-list especiais, que serão implementados ao longo dos próximos meses.
Os caminhões
Os caminhões pesados Scania movidos a gás natural veicular (GNV) e/ou biometano contam com motores Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e foram desenvolvidos para ser 100% a gás e biometano, ou usando uma mistura de ambos.
Segundo informações da Scania, os motores não são convertidos do diesel para o gás; têm garantia de fábrica e tecnologia que oferece desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel, allém de serem 20% mais silenciosos.
Por Redação Na Boléia