PepsiCo investe em renovação da frota com caminhões a GNV da Scania
Com uma meta global de reduzir 30% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, a Pepsico, uma das maiores empresas de alimentos e bebidas do mundo, anunciou a compra de 18 caminhões da marca Scania movidos a GNV (gás natural veicular) ou biometano.
Conforme revelou Eduardo Sacchi, diretor sênior de Supply Chain da PepsiCo Brasil, a aquisição faz parte da política global da companhia de renovação da frota, a partir da adoção de ações mais sustentáveis. Até 2021, o objetivo da companhia é renovar 100% da frota primária, utilizando caminhões movidos a GNV.
Apesar de serem mais caros do que os caminhões com combustão a diesel, segundo o executivo, os modelos a GNV oferecem um custo operacional total muito mais atrativo. “Antigamente, os caminhões a gás natural não entregavam desempenho e havia ainda a questão da rede de abastecimento, que era restrita. Hoje, os veículos da marca Scania têm uma resposta de motor – mesmo sendo ciclo Otto – igual aos que possuem combustão a diesel. Além disso, o Brasil conta com mais de dois mil postos de combustíveis que abastecem GNV, o que viabiliza esse tipo de investimento”, destaca Sacchi.
Para escolha dos veículos, a PepsiCo testou um dos modelos Scania em novembro de 2019, que foi submetido a severas condições, a fim de avaliar os benefícios prometidos.
No período de testes, a empresa constatou redução significativa de poluentes: 15% de CO2 e 97% de NOX. Além disso, os motoristas relataram melhor ergonomia, redução de 20% no nível de ruídos e maior torque.
A aquisição da PepsiCo contemplou 10 modelos G 340 4×2 e oito R 410 6×2, que percorrerão todo território nacional em rotas de médias e longas distâncias na distribuição dos produtos da marca.
Os caminhões movidos a GNV da Scania se juntam a outras iniciativas da PepsiCo em termos de uma logística mais sustentável. Em março deste ano, a empresa também incluiu em sua frota caminhões elétricos de oito toneladas para a distribuição dos produtos de sua divisão de salgadinhos a comércios de pequeno e médio portes.
Atualmente, o Brasil é o sexto mercado mais importante para o Grupo no mundo. A empresa emprega 10 mil funcionários, conta com 100 centros de distribuição e mantém 1.900 rotas de vendas.
Maior venda até o momento
Esse é o maior lote de caminhões a gás natural veicular negociado pela Scania no Brasil até o momento. Os novos modelos são em média 30% mais caros em comparação aos veículos a diesel.
Segundo Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania, esse valor se justifica por se tratar de um caminhão mais tecnológico, que gera mais recurso, possibilitando um retorno financeiro melhor em longo prazo, sem contar os benefícios comprovados, que fazem dos modelos uma opção bastante atrativa.
Conforme o executivo, os caminhões movidos a GNV oferecem autonomia de 500 km. Nos testes, o custo por quilômetro também foi 17% menor, utilizando-se o mesmo tipo de carga e rotas, em comparação aos demais caminhões da marca movidos a diesel. Os novos modelos a GNV também contam com os Serviços Conectados da Scania e possuem o programa de manutenção Premium Flexível, que promete reduzir em até 25% os custos de manutenção.
“Queremos ser líderes na transição de um setor de transporte mais sustentável. Esta é uma jornada sem volta. Por isso, para a Scania, isso não é apenas um discurso. Temos preocupações reais com a mobilidade urbana, segurança, eficiência energética, poluição e mudanças climáticas. Cada vez mais, engajamos importantes parceiros, como os embarcadores e transportadoras, que se juntam a nós nessa abordagem de desenvolver uma solução mais sustentável para o transporte. A nova geração de caminhões Scania está alinhada a esse propósito de oferecer redução imediata de emissão de CO2 e um transporte mais inteligente”, comenta Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.
De acordo com ele, apesar da crise sanitária provocada pela Covid-19, a Scania mantém a previsão de atingir em 2020 a marca de 100 caminhões movidos a GNV vendidos no Brasil. “A Scania investiu R$ 20 milhões na fábrica para trazer essa tecnologia para o País. Estamos certos de que é uma alternativa que irá avançar nos próximos anos”, comenta Barral.
Novos combustíveis
A empresa também deve continuar com os estudos para desenvolvimento futuro de modelos movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL). “É um mercado muito incipiente no Brasil, com uma produção muito pequena, que teremos de trabalhar do zero. O maior desafio é a distribuição. Antes de dois anos, não teremos um corredor pronto para abastecimento desse tipo de combustível. Mas é uma alternativa a mais, que pretendemos estudar, como fizemos inicialmente com o GNV”, explica Silvio Munhoz.
Ele revelou que a empresa está testando duas unidades movidas a gás natural liquefeito, justamente para analisar a viabilidade futura desse tipo de combustível no País.
Na visão do executivo, o Brasil já está amadurecido para a aplicação do GNV no transporte rodoviário. Daí a opção da Scania pela introdução dessa tecnologia no País. “O gás é uma alternativa economicamente viável que se sustenta. O Brasil já conta uma rede que consegue abastecer esses veículos. A Scania, por sua vez, tem toda a estrutura necessária para atender esses clientes na manutenção desses veículos”, garante Munhoz.
Atualmente, a Scania possui 4 mil veículos rodando no mundo movidos a GNV/biomentano. “Para nós, não existe apenas um modelo sustentável, e cada País adotará as tecnologias que melhor se encaixam em sua realidade. Para o Brasil, o ‘Aqui e Agora’ é o caminhão movido a GNV e/ou biometano. E a Scania está empenhada em apoiar seus clientes com soluções rentáveis que contribuam com a sustentabilidade nos âmbitos econômico, ambiental e social”, destaca Barral.
Por Redação Na Boléia