Paralisação dos caminhoneiros segue em todo País
Mesmo com do acordo, firmado na noite de 24 de maio, entre o governo federal e os caminhoneiros, que poderia colocar o fim da greve em todo o país, a categoria ainda não está satisfeita e continua a bloquear as estradas em 24 estados e no Distrito Federal.
Na manhã de sexta-feira (25/5), havia mobilização, além do Rio Grande do Sul e Paraná, estados com maior volume de protestos, também no Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Espírito Santo e Sergipe.
Em São Paulo, os caminhoneiros fazem bloqueios na Rodovia Régis Bittencourt, na altura do km 280 (sentido Paraná) e do km 279 (sentido São Paulo). O protesto permanece também no km 24 da Anchieta (São Bernardo do Campo), sentido litoral do estado. O acesso ao Porto de Santos, na Baixada santista, segue fechado, segundo foi noticiado na Imprensa.
O fim da greve não aconteceu, pois duas entidades representantes dos trabalhadores não concordaram com os termos propostos. A Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) foi uma delas. O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, deixou a reunião com representantes do governo federal antes do término, reiterando que os mais de 600 mil caminhoneiros representados pela entidade não vão deixar as rodovias enquanto o projeto de lei que reduz o PIS/Cofins sobre o diesel não for sancionado. A União Nacional dos Caminhoneiros também não concordou com os termos do acordo.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, assinou o documento. Segundo ele, o resultado da negociação será apresentado à categoria.
O acordo firmado com o governo federal prevê que a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel este ano seja zerada. A categoria também reivindica que a redução de 10% nos preços do diesel, anunciada na pela Petrobras, seja mantida por 30 dias.
Segundo anunciou o governo, será criado um programa de subsídio ao preço do diesel para que a Petrobras não tenha prejuízos. Após os primeiros 30 dias, a cada mês será feito um acerto de contas entre União e a estatal.
Também foi prometido para a categoria que haverá um período mínimo de 30 dias para que haja reajuste do preço do óleo nas refinarias. Outra solicitação da classe aceita pelo Governo é a reedição da tabela de referência do frete do serviço de transporte remunerado de cargas por terceiros, que será atualizada a cada trimestre pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O pagamento de pedágios também foi outro item da pauta de discussão. O governo prometeu conversar com os estados para implementar o fim da cobrança de pedágio sobre o eixo suspenso em caminhões vazios.
O presidente Michel Temer ainda anunciou que irá propor aos secretários estaduais de Fazenda uma redução nas alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Por Editora Na Boléia.