Desde que a covid-19 chegou ao Brasil, diversos impactos econômicos foram sentidos nos diferentes setores do mercado. Ao todo, o déficit do setor público chegou a R$ 905,4 bilhões (12,7% do PIB) em 2020, além da queda de 4,7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Nesse turbilhão de prejuízos, o transporte rodoviário de cargas, responsável por transportar cerca de 65% de tudo aquilo que é produzido no país, também foi fortemente impactado.

Em abril, o volume de cargas transportado pelo segmento sofreu uma queda de 45%. Durante o ano, os números foram se normalizando, mas no total 2020 foi de perda para o setor como um todo.

Agora, com início da vacinação, assim como os demais segmentos da economia, o transporte rodoviário de cargas melhora suas expectativas para 2021. De acordo com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, o Brasil receberá até 15 milhões de doses entre janeiro e fevereiro, podendo alcançar 160 milhões de doses no segundo semestre.

Segundo Ana Jarrouge, presidente executiva do Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas de São Paulo e Região (SETCESP), mesmo com o início da vacinação, 2021 ainda será de grandes desafios para as empresas do transporte.

Tendo em vista que o Brasil é um país de dimensões continentais, temos alguns meses ainda até que todos estejam vacinados, o que reflete diretamente na retomada completa das atividades empresariais, no volume de carga, no tipo de transporte utilizado e no comportamento do consumidor.”

Apesar das dificuldades apresentadas pela pandemia, de acordo com a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), apenas em 2020 o setor de transportes, armazenagem e serviços acessórios movimentou aproximadamente R$ 480 bilhões, o que equivale a 6,4% do PIB do país.

Embora o cenário ainda seja desafiador, as expectativas são boas, temos certeza de que a vacinação será essencial para que as empresas retomem a confiança na economia, façam investimentos e acreditem na recuperação. Tudo vai depender da velocidade da aplicação das vacinas e de nossa capacidade de produção, considerando que neste meio termo a disponibilidade de entrega é de compromisso contratual referente às aquisições de insumos da China, o que pode ser um problema não só para Brasil, mas para países do mundo todo”, adiciona Ana.

Outro fator que deve impulsionar a economia do setor de transportes de forma mais rápida é a inclusão dos profissionais do transporte no grupo prioritário da campanha nacional de vacinação contra a covid-19. O cronograma de vacinação está sendo definido pelo Ministério da Saúde, e a Confederação Nacional de Transporte (CNT) colocou à disposição do governo federal as 157 unidades operacionais do SEST SENAT como pontos de vacinação.

De acordo com o CEO da Flash Courier, Guilherme Juliani, todos os ajustes de adequação foram feitos no ano passado, e agora a vacinação servirá para retomar as atividades econômicas de forma mais eficiente.

Toda a preparação foi feita no ano passado, incluindo a implementação de novas tecnologias e de procedimentos de segurança sanitária. Agora estamos trabalhando com a esperança de que a vacina melhore muito o cenário atual da forma mais ágil possível”.

Por Redação Na Boléia

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