Governo Paulista busca ampliar mercado de pedagiamento eletrônico
A norueguesa Q-Free acaba de ser homologada para fabricar e comercializar etiquetas adesivas para pagamento de pedágio (sticker tag) nas rodovias estaduais paulistas, agora já são três fabricantes autorizados no país. “Com o estímulo a entrada de novas empresas no mercado de pedagiamento eletrônico e aumento da concorrência esperamos que os preços das etiquetas caiam e as operadoras possam oferecer planos mais atrativos para os usuários das rodovias paulistas”, avalia Giovanni Pengue Filho, Diretor Geral da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
Em São Paulo, esses três fabricantes podem comercializar etiquetas para as quatro operadoras que atuam na malha rodoviária paulista: a Sem Parar, a DBTrans, a ConectCar e a Move Mais, além da Veloe – nova empresa já autorizada pela Artesp que deve iniciar operação ainda esse ano. As etiquetas adesivas têm custo de produção até 70% mais barato, redução que pode ser repassada para os usuários finais das demais operadoras que agora contam com três fabricantes homologados para os 7,2 mil quilômetros de rodovias paulistas sob concessão: a Sem Parar, a americana Honeywell e a norueguesa Q-Free. Juntas, as quatro operadoras já têm uma base de 3,8 milhões de veículos em São Paulo. Além de poderem conquistar essa fatia de usuários das rodovias paulista que ainda não aderiram ao pagamento eletrônico, as operadoras também terão uma nova base de usuários para prospectar a partir de 2018, quando as praças das rodovias concedidas esse ano entrarão em operação e com desconto de 5% no valor da tarifa para os motoristas que pagarem com tag. O benefício é um estímulo do Governo paulista incluído nos contratos das novas concessionárias para que mais usuários possam viajar com mais conforto, agilidade e segurança. Atualmente, 58% dos pagamentos de pedágio já são feitos pelas passagens nas cabines automáticas.
O pedágio eletrônico oferece uma série de vantagens para os usuários como viagens mais rápidas, redução da emissão de poluentes, mais conforto para os motoristas que não precisam se preocupar em ter dinheiro à mão e maior segurança nas passagens pelas praças de pedágio. Além disso, os incentivos à ampliação do mercado, dos operadores e dos fabricantes gera emprego e renda, além de desenvolvimento tecnológico e de inovações – conhecimentos que ficam no país. O modelo homologado pela Q-Free será equipado com chip desenvolvido no Brasil pelo Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) que desenvolve soluções para identificação automática de veículos.
A Artesp também homologou esse mês mais uma fabricante para os equipamentos que fazem leitura de tags, a Acura. Nos testes de certificação, o equipamento chegou a registrar a passagem de veículos a mais de 240 km/h. A ampliação de fornecedores homologados fomenta o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais eficientes.
O Estado de São Paulo foi pioneiro na adoção da tecnologia de 915 MHz no país, o que possibilitou todas essas mudanças e é referência na definição dos padrões de pagamento eletrônico e identificação veicular que poderão ser usados em todo o território nacional. Com essas novas homologações, o mercado passou a contar com 15 fabricantes de produtos para esse sistema, até 2011 eram apenas dois. Essa diversificação e concorrência já resultou em reduções significativas dos custos com pedágio para usuários da malha rodoviária paulista. Nos 13 primeiros anos do Programa de Concessões de rodovias em São Paulo, apenas uma operadora era autorizada e com um único plano que, à época, cobrava R$ 69,56 de adesão mais R$ 12,40 de mensalidade. O novo padrão de 915 MHz e a abertura de mercado com mudanças na regulamentação, novas operadoras entraram na concorrência e hoje já não cobram mais adesão, criaram planos sem taxa de mensalidade e passaram a oferecer a modalidade pré-pago.
O sticker tag é a evolução dessas medidas para dar continuidade à esse programa. Além de mais econômicos, ele também é mais ecológico, uma vez que dispensa uso de bateria e gera menos resíduo quando descartado. A redução de custos não se dá somente na produção, mas também na distribuição, logística e manutenção, uma vez que a etiqueta adesiva não tem prazo de vida útil. “Com todas essas reduções de custos, já temos planos com adesão zero e que deverão ter uma oferta ampliada, levando novos benefícios para os usuários das rodovias paulistas a partir de uma política que o Estado vem adotando desde 2011”, explica Giovanni.
Quando cerca de 80% dos pagamentos for feito por chip será tecnicamente possível começar estudos para implantar rodovias com o modelo free flow, ou seja, sem cancelas, na malha estadual paulista. Pelo pioneirismo no Estado, a Artesp tem sido procurada por órgãos federais e estaduais de regulação tanto para compartilhar o conhecimento técnico quanto para padronizar protocolos de operação. Isso inclui, por exemplo, convênios de cooperação técnica com a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e com a Agência Reguladora do Paraná (Agepar), garantindo a interoperacionalidade dos equipamentos em todo o país. Representantes de outros países também vieram à sede da Artesp para conhecer a tecnologia aplicada nas rodovias paulistas.
Por: Redação Na Boléia