Ford anuncia saída do segmento de caminhões e pega mercado de surpresa
Uma notícia pegou todo o mercado de surpresa nesta terça-feira (19/2): a Ford Motor Company anunciou a sua saída do segmento de caminhões na América do Sul como parte de uma reestruturação de seu negócio global. Como isso, as operações de manufatura na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) ao longo de 2019 também serão encerradas, com a descontinuidade das linhas Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta assim que terminarem os estoques.
“A Ford está comprometida com a América do Sul por meio da construção de um negócio rentável e sustentável, fortalecendo a oferta de produtos, criando experiências positivas para nossos consumidores e atuando com um modelo de negócios mais ágil, compacto e eficiente”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.
Segundo a empresa, a decisão de deixar o mercado de caminhões foi tomada após vários meses de busca por alternativas, que incluíram a possibilidade de parcerias e venda da operação. A manutenção do negócio teria exigido um volume expressivo de investimentos para atender às necessidades do mercado e aos crescentes custos com itens regulatórios sem, no entanto, apresentar um caminho viável para um negócio lucrativo e sustentável.
“Sabemos que essa decisão terá um impacto significativo sobre os nossos funcionários de São Bernardo do Campo e, por isso, trabalharemos com todos os nossos parceiros nos próximos passos”, disse Watters. “Atuando em conjunto com concessionários e fornecedores, a Ford manterá o apoio integral aos consumidores no que se refere a garantias, peças e assistência técnica”.
Essa decisão se alia a outras iniciativas recentes que fazem parte da reestruturação em andamento na Ford América do Sul e incluem redução em mais de 20% dos custos referentes ao quadro de funcionários e à estrutura administrativa em toda a região; fortalecimento da linha de produtos, com ênfase em SUVs e picapes, cuja preferência tem crescido entre os consumidores, e encerramento da produção do Focus na Argentina, além de expansão das parcerias globais, como a recente aliança com a Volkswagen para desenvolver picapes de médio porte.
Em decorrência desse anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 460 milhões em despesas não recorrentes. Cerca de US$ 100 milhões serão relacionados à depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 360 milhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações de funcionários, concessionários e fornecedores. A maior parte dessas despesas não recorrentes será registrada em 2019 e é parte integrante dos US$ 11 bilhões em despesas, com efeito no caixa de US$ 7 bilhões, que a companhia prevê utilizar para a reestruturação dos seus negócios globais.
Por: Redação Na Boléia