Estudo da CNT aponta que as melhores rodovias são concedidas
Uma pesquisa técnica sobre rodovias divulgada pela Confederação Nacional de Transporte – CNT indicou que as 22 melhores rodovias brasileiras são concedidas à administração privada. Divulgado recentemente, o ranking com 109 ligações rodoviárias indicou avaliação superior das rodovias concedidas em relação às que são administradas pelo poder público. O mesmo estudo, divulgado em 2018, havia colocado as rodovias concedidas entre as 21 melhores do país.
A pesquisa da CNT avaliou um total de 108.863 quilômetros de rodovias, dos quais 22.079 quilômetros estão concedidos. “Em mais um ano, o estudo comprova o sucesso do modelo de concessão de rodovias”, afirma César Borges, Presidente Executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias – ABCR. “No entanto, ainda há muito a ser realizado para ampliar e melhorar a qualidade da malha pavimentada do País. Sem falar no baixíssimo índice de investimentos públicos em toda a rede, que é cada vez mais alarmante”, conclui Borges.
No ano de 2019, foram avaliados pelo estudo 86.784 km (79,7%) de rodovias sob gestão pública e 22,079 km (20,3%) de rodovias concedidas. Segundo os dados, 74,7% do estado geral dessas vias foi classificado como ótimo ou bom – em números gerais, as rodovias sob gestão concedida apresentaram 16.497 km avaliados classificados como Ótimo ou Bom no Estado Geral. Essa situação é quase a inversa quando consideradas as rodovias sob gestão pública, onde o percentual de rodovias classificadas como Ótimo ou Bom no Estado Geral é de apenas 32,5% (38.168 km).
São Paulo tem as 20 melhores ligações
A malha rodoviária paulista sob concessão tem também as melhores rodovias do país. Das 20 melhores ligações rodoviárias avaliadas pelo órgão, 17 foram classificadas como ótimas. A Rodovia D. Pedro I (SP 65) é considerada a melhor rodovia do País pela primeira vez, na ligação entre Campinas e Jacareí, com acesso pela SP 340. Em segundo lugar, aparece a Rodovia dos Bandeirantes (SP 348), seguida do Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto (SP 70), importante alternativa à Rodovia Presidente Dutra nas viagens entre São Paulo e Rio de Janeiro, no trecho até Taubaté.
Outro dado apurado pelos técnicos da CNT demonstra que a malha rodoviária que passa por São Paulo é a melhor do Brasil, com 81,8% de sua extensão classificada como ótima ou boa.
Considerando todo o país, 59% dos trechos avaliados apresentaram estado geral com classificação regular, ruim ou péssima.
“A avaliação da CNT demonstra que São Paulo está no caminho certo ao delegar para o setor privados os pesados investimentos que são necessários para manter a qualidade da malha rodoviária sem abrir mão de uma forte regulação e fiscalização do setor”, comenta Giovanni Pengue Filho, diretor geral da ARTESP.
A importância de uma malha viária em boas condições está diretamente ligada à segurança, economia e também ao meio ambiente. De acordo com a CNT, rodovias com pavimento em péssimo estado de conservação conferem um acréscimo médio do custo operacional do transporte da ordem de 91,5%. Na média nacional, considerando o atual estado da malha, o impacto é de 28,5% no custo operacional. São prejuízos que a malha concedida de São Paulo não agrega aos seus usuários.
Por: Redação Na Boléia