Drogas ainda preocupam
Uma pesquisa realizada pela Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), em parceria com o laboratório Labet e apoio da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais, da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Sest Senat, mostrou que 5,77% dos profissionais avaliados tinham consumido cocaína ou maconha. O levantamento ouviu, no final de fevereiro, 104 motoristas de transportes de carga que trafegaram pelo Anel Rodoviário na região.
A análise foi feita durante blitz educativa realizada para alertar motoristas de caminhão sobre a exigência de exames toxicológicos para a emissão, renovação e mudança de categoria da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), determinada pela Lei 13.103/15, também conhecida como Lei dos Motoristas, e que está em vigor desde 2 de março. Na ocasião da blitz, os motoristas também responderam um questionário sobre o perfil de trabalho dos profissionais.
Do total, 62% eram motoristas de empresas e 38% autônomos. Nas amostras coletadas, foram encontradas substâncias como cocaína (4,81%) e maconha (0,96%). Desse total, 60% possuem indicação de dependência química. Não foram detectadas presenças de anfetaminas (princípio ativo dos ‘rebites’) e opiáceos. “Embora a amostragem tenha sido pequena, podemos perceber que o perfil do tipo de droga mais consumida mudou nos últimos anos. O cenário antes dominado pelas anfetaminas, ou rebite, agora é tomado pelo consumo da cocaína e maconha. Tudo leva a crer que o valor mais baixo e o fácil acesso a essas outras duas drogas são responsáveis por essa mudança”, explica o presidente da Fetcemg, Vander Costa.
Segundo ele, a realização do exame é de extrema importância para o setor, porque indica se o motorista faz uso constante ou eventual de drogas. “Se ele está no começo do vício, a possibilidade de tentar uma recuperação desse profissional é maior”, afirma Vander. Sobre essa recuperação, entidades como o Serviço Social do Transporte (Sest) já atuam em todo o Brasil para a mitigação dos índices de vício e recuperação dos profissionais, “com programas de conscientização e prestação de serviços de saúde e psicologia”, destaca.
Por: Redação Editora Na Boléia