Dicas: como evitar tombamentos e capotamentos nas estradas?
A cada 15 minutos, uma pessoa morre em acidente de trânsito no Brasil. Nas estradas, os números também surpreendem; em 2018, foram registradas 5.269 mortes em rodovias federais, o que equivale a 14 óbitos por dia, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Além do problema de má conservação das vias, está também a desatenção e despreparo de motoristas, sejam eles de caminhões ou veículos menores.
Hoje, com a tecnologia, principalmente a telemetria embarcada em veículos, preparar motoristas e acompanhar o trajeto tornou-se muito mais fácil. Entretanto, seguir dicas e estar sempre atento ao trânsito é fundamental para evitar acidentes e diminuir índices tão altos de mortes nas estradas.
Com base em treinamentos dados a motoristas de caminhões e ônibus, a MiX Telematics listou dicas importantes para quem quer uma viagem segura. Confira as orientações de Alexandre Fagundes, gerente de Marketing e Produtos da empresa:
– Tombamentos: já ouviu falar na Força G? É a unidade de medida que determina a aceleração lateral de um veículo em uma curva. Quando a gravidade atua e se desloca, ocorre um tombamento, principalmente de caminhão, em função de seu tamanho. Para se prevenir, o motorista não pode entrar com velocidade em excesso nas curvas e manter 10km/h abaixo do indicado na sinalização, ou seja, se a rodovia tiver limite de 80 km/h, é necessário rodar em torno de 70 km/h.
– Veículos grandes: já cruzou com caminhões transportando cana de açúcar? São os famosos treminhões, muito comuns durante a safra, além de tratores e colheitadeiras. Para quem transporta o produto, a dica é não exceder as partes laterais e superiores do treminhão, além de não exceder o limite de velocidade. Para os demais motoristas, acendam sempre o farol para serem vistos com facilidade, não ultrapassem sem segurança e mantenham distância segura desses veículos.
– Caminhões betoneiras: como elas transportam concreto, que é um produto perecível e com muito peso, o motorista precisa tomar muito cuidado nas curvas, pois o centro da gravidade da carga é alto e ela está em movimento, ou seja, jogando peso de um lado para outro. Portanto, para o motorista da betoneira, é necessário sempre respeitar os limites de velocidade e seguir as orientações do equipamento, como 14 giros por minuto para giros do tambor, entre outras regras.
– Ponto cego: muitos acidentes ocorrem por conta do ponto cego, ou seja, áreas em que o motorista fica sem visibilidade do que acontece ao lado de todos os veículos. Porém, ele pode ser reduzido se o motorista se sentar corretamente no banco, com os pés alcançando os pedais e com joelhos semiflexionados. Nessa posição, ajuste o retrovisor interno para visualizar a maior parte do vidro traseiro; depois, alinhe os espelhos externos para eles mostrarem mais a via e menos o veículo. Mesmo assim, fique atento a motos e bicicletas, que somem com facilidade dos retrovisores. No caso de caminhões, os mais modernos já contam com retrovisores panorâmicos, que deixam as laterais mais visíveis. Mesmo assim, é bom ficar sempre atento. Inclusive, hoje, já existem câmeras e demais sensores, que ajudam muito motoristas a terem mais segurança.
– Capotamento: cerca de 55% das mortes de caminhoneiros ocorrem por capotamentos. Como caminhões são mais altos e estreitos, se trafegarem em alta velocidade e com carga pesada, o risco de capotar aumenta muito. Por isso, o motorista deve dirigir com prudência, sempre mantendo distância do veículo da frente. Algumas cargas também aumentam o risco, como tanques de carga seca, líquidos e a granel, refrigeradas, bem como de gado ou outros animais vivos.
“Além de todos os cuidados, é fundamental que os motoristas respeitem as horas de descanso, não ingiram bebidas alcoólicas ou drogas e façam sempre check up. Muitas vezes, é necessário o uso de óculos para dirigir ou outras recomendações médicas, que farão diferença. O importante, no fim das contas, é manter sempre os olhos abertos e dirigir pensando não só em si, mas em todos ao redor”, diz Fagundes.
Por: Redação Na Boléia