Cinto de segurança no banco traseiro é ignorado 93% dos brasileiros
A obrigatoriedade do uso de cinto de segurança, em vigor há 21 anos, ainda é ignorada por boa parte dos brasileiros, principalmente entre aqueles que viajam no banco de trás. Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego indicam que, se por um lado, o equipamento é utilizado por 97% dos passageiros dianteiros, por outro, o cenário se inverte completamente: 93% dos ocupantes traseiros não aderem ao item.
Para a diretora da ProSimulador, empresa desenvolvedora de tecnologias para os segmentos de educação e segurança para o trânsito, Sheila Borges, as justificativas entre os passageiros, geralmente, são similares. “Entre as desculpas mais comuns estão a falsa sensação de proteção oferecida pelos bancos dianteiros e o desconforto proporcionado pelo cinto de segurança”, afirma.
Ferimentos e mortes poderiam ser evitados diariamente se as normas fossem cumpridas. Uma estimativa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) indica que o equipamento reduz em 45% o risco de óbitos nos bancos dianteiros e em até 75% nas poltronas traseiras. Em caso de colisão o ocupante que não utiliza o dispositivo de segurança é projetado para frente com peso 15 vezes maior. “A eficácia do cinto de segurança é comprovada. Seu uso evita que os ocupantes sejam projetados contra as partes internas ou arremessados para fora de um veículo, em situações de acidentes”, reforça Sheila.
Para reverter este cenário, segundo a diretora da ProSimulador, uma inversão cultural seria importante, além do investimento em educação e fiscalização. “Um não funciona sem o outro. Hoje, os maus hábitos são passados de geração a geração, dos mais velhos aos mais novos, que crescem acreditando que as más condutas dos pais são corretas no trânsito. Para conscientizar a população, o ideal seria inserir o tema trânsito, ainda que de forma transversal, desde a educação nas escolas. Assim, as próprias crianças ajudariam a multiplicar a concepção de prevenção e a cultura da segurança no trânsito, pois elas passariam a cobrar atitudes corretas dos pais”, explica.
Além disso, Sheila acredita que é preciso melhorar a fiscalização. “Com blitz educativas e também punitivas. Primeiro a educação, de modo informativo. Depois, aos que não se adequam, as multas e punições poderiam ser aplicadas”, conclui.
Por: Redação Na Boléia