Detrans se reúnem para viabilizar ampliação do uso do Renave
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) avança com uma iniciativa pioneira. Em parceria com os Detrans de Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo, o órgão paulista está promovendo a discussão sobre estratégias de ampliação do uso do Registro Nacional de Veículos em Estoque (Renave), especialmente na comercialização de veículos usados.
A primeira reunião sobre o tema foi promovida na sede do órgão paulista, com a presença de representantes de entidades do mercado automotivo e instituições financeiras.
Alinhada com o novo perfil de atuação dos Departamentos Estaduais de Trânsito (comprometidos com a regulação, prosperidade e segurança do mercado de automóveis), a sinergia de esforços com os principais players busca expandir e aprimorar os processos de transferência de propriedade pela plataforma digital do Renave. O propósito é informatizar os registros de entrada e saída de veículos em estoque dos concessionários e revendedores.
“O Renave contempla importantes avanços no combate à burocracia, na simplificação e automação dos processos de registro e transferência de veículos no mercado formal de automóveis, bem como na segurança nas transações de transferência de propriedade entre concessionárias e revendas para o comprador e instituições financeiras, representando uma grande evolução no enfrentamento a fraudes”, comenta Eduardo Machado, Diretor de Veículos do Detran-SP.
O diálogo com o setor automotivo permitiu identificar potenciais melhorias passíveis de serem implantadas na jornada de serviços oferecida aos compradores de veículos usados a partir do Renave. Foram debatidos avanços quanto aos custos operacionais da plataforma, a validade da vistoria veicular e o cruzamento automatizado de dados para ampliar a segurança nas transações.
Um dos pontos centrais é a conexão da jornada do Renave com outras esteiras de hiperautomação nos Detrans (transformação digital). Isso permite agilizar transações, além de simplificar processos e etapas manuais. Sendo assim, proporciona também experiência eficiente e viabiliza a formalização de negócios sete dias por semana, praticamente em tempo real.
Para Marcelo Cruz, do SindiAuto, “Vemos com muito bons olhos essa iniciativa pioneira de chamar o mercado para medir qual o impacto que isso – (a ampliação da adoção do Renave) – terá no negócio. Somos a favor dessa formalização da operação. Ponderamos esforços e é preciso começar sempre de baixo para cima”, referindo-se à geração de estímulos progressivos para a formalização do uso do Renave pelos lojistas na venda de veículos usados.
O chefe de trânsito da Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito de Minas Gerais, Lucas Vilas Boas, considerou o debate “uma grande oportunidade para discutir e impulsionar a melhoria das nossas estruturas de maneira conjunta. Estou animado com todos os encaminhamentos que tivemos nessa reunião e vamos continuar trabalhando juntos”. O sentimento é compartilhado pelo presidente do Detran Paraná, Adriano Furtado, que ainda completa: “esta reunião é muito importante, pois estamos falando de um assunto extremamente significativo sobre veículos e tivemos a oportunidade de ouvir todas as necessidades, opiniões e sugestões de todos os atores do setor. Saímos com um caminho proveitoso para estimular esse mercado”.
O que é o Renave
O Registro Nacional de Veículos em Estoque foi instituído pela Resolução Contran nº 797 de 2020 e é dirigido aos estabelecimentos que comercializam veículos automotores terrestres novos ou usados, informatizando os registros de entrada e saída dos itens em estoque.
Em janeiro de 2022, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) implementou o Registro Nacional de Veículos em Estoque para veículos 0 km. O Renave 0 KM visa maior segurança nas transações entre concessionárias e consumidores, coibindo fraudes no primeiro emplacamento.
O Renave 0 KM é de adesão obrigatória para todas as concessionárias pois, desde a data de implantação deste sistema (24/01/2022), não é possível emplacar veículos 0 km sem que se cumpra o processo de registro. Assim, caso não seja possível realizar o primeiro emplacamento do veículo por não constar seu registro no Renave ou houver alguma divergência de informação, o cidadão será orientado a procurar a concessionária para ajustar pendências antes da formalização completa da venda.
Na comercialização de veículos usados no mercado paulista, porém, a estimativa do Sindiauto é de que mais de 95% das transações no Estado de São Paulo sejam feitas sem lançamento do Renave. A entidade destaca que, hoje, metade deste tipo de venda de veículos usados é feita por particulares no território paulista – percentual que poderia ser de apenas 20% se lojas revendedoras fossem devidamente estimuladas à oferta de preços mais vantajosos e à adoção de condições mais transparentes, regulares e seguras de comércio.
Por Redação Na Boléia