Não há dúvidas de que a eletrificação já impulsiona grandes transformações no campo da mobilidade global, com capacidade de moldar o futuro e gerar impactos muito positivos na qualidade de vida. No Brasil, as vendas de veículos elétricos, principalmente os modelos híbridos, crescem constantemente e atingiram aproximadamente 4 mil unidades em 2018.

Porém, o País ainda apresenta uma das menores taxas de penetração de carros elétricos em relação aos países desenvolvidos. De acordo com a Bain & Company, a diferença está entre seis e sete anos de atraso. Essa disparidade ocorre por diversas razões. A primeira delas refere-se à ausência de subsídios por parte do governo brasileiro. Ao redor do mundo, muitos países contam com uma política clara de apoio à adoção dos motores elétricos. Além da diferenciação de agenda, o Brasil não conta com a mesma capacidade de investimento de regiões mais desenvolvidas.

Outra razão que explica o atraso é a grande penetração de fontes renováveis na matriz energética nacional. O impacto de emissões de CO2 proveniente dos meios de transporte é muito menor em comparação com outros países. A solidez da indústria de etanol também constitui um fator preponderante nesse cenário.

Espera-se que, por volta de 2025, o valor de compra de alguns modelos de carros elétricos já esteja equiparado aos de combustão em alguns mercados, sobretudo pela diminuição significativa do custo das baterias. “A bateria representa uma grande parcela no custo dos carros elétricos, com maior peso em modelos de entrada. Em veículos premium, os números ficam mais competitivos”, afirma Carlos Libera, Head do setor Automotivo da Bain & Company para América do Sul.

O avanço da tecnologia e a redução dos custos poderão impulsionar a venda de veículos elétricos a ponto de representarem cerca de 30% das vendas de carros novos em 2030. A tendência é que, nesse momento, cidades inteiras e até países se tornem “livres de motores à combustão”.

Por: Redação Na Boléia