3-1--31102018-minAté amanhã (1/11), acontece, em Curitiba, na PUC-PR, o 26º Congresso Mundial de Medicina do Tráfego, promovido pela Associação Internacional de Medicina do Tráfego (ITMA). Com o tema “Mortalidade no trânsito: como mudar isso?”, o evento tem como foco debater soluções para reduzir mortes e lesões no trânsito entre diversas autoridades de dez países. O Congresso é realizado no Brasil pela segunda vez. Desta vez, conta com a presença do primeiro presidente brasileiro assumindo a entidade internacional.

O Dr. Jack Szymanski assume a presidência da ITMA em sucessão ao Prof. Zhengguo Wang, da China. O primeiro brasileiro a presidir a associação internacional é natural de Araucária (PR) e especialista em medicina do tráfego e oftalmologia.

Os temas abordados no Congresso são variados e incluem programas de segurança viária, ferramentas de sucesso, sistemas avançados e o uso de tecnologias de segurança para área do trânsito, auxílio aos deficientes físicos na direção, avaliação cognitiva de futuros condutores, uso de elementos naturais no tratamento de queimaduras e a relação entre o uso de drogas e direção.

O 26º Congresso Mundial de Medicina do Tráfego conta com a presença de especialistas de todo o mundo, que trazem propostas testadas e aprovadas em seus países de origem. Uma das palestras foi proferida pelo Dr. Leonard Evans, médico e especialista em trânsito dos Estados Unidos. O país já conseguiu reduzir em 20% os acidentes de trânsito. Para efeito de comparação, os norte-americanos têm uma frota de veículos seis vezes maior do que a brasileira, uma população cerca de 70% maior e uma mortalidade no trânsito de 30 mil pessoas por ano.

Outros países que obtiveram êxito na redução de mortes no trânsito também estão presentes no Congresso, como a Suécia, com a presença do Dr. Ulf Björnstig, que apresenta o programa Vision Zero, vencedor do prêmio Road Safety Awards. A premissa do programa é que “nenhuma vida perdida no trânsito é aceitável”. Após 20 anos de aplicação, nenhuma criança morre desde 2008 em acidentes envolvendo bicicletas; 88 cidades com mais de 100 mil habitantes não registraram nenhuma morte no trânsito no período de um ano; e outras 16, entre aquelas com mais de 50 mil habitantes, já atingiram a marca de cinco anos sem mortes no trânsito.

No ranking dos países com a maior proporção de mortes, o Brasil aparece em quarto lugar, atrás apenas de China, Índia e Nigéria, com registro próximo de 50 mil mortes anuais. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 3,4 mil pessoas morrem diariamente no mundo, vítimas de acidentes de trânsito, somando-se a outros milhares de feridos e sequelados. As estatísticas mostram que a média mundial é de 18 mortes por grupo de 100 mil habitantes.

O país registra cerca de 47 mil mortes no trânsito por ano – 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela. Segundo levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, o custo dessa epidemia ao país é de R$ 56 bilhões por ano. Com esse dinheiro, seria possível construir 28 mil escolas ou 1.800 hospitais.

Um dos objetivos da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2020, da ONU (Organização das Nações Unidas), é sobre segurança no trânsito, que prevê reduzir para a metade o número global de mortes e lesões causadas por acidentes de trânsito até 2020. No entanto, de 2009 a 2016, por exemplo, o total de óbitos saltou de 19 para 23,4 por 100 mil habitantes. Nessa toada, o país não cumprirá a meta estabelecida pela ONU de reduzir pela metade a ocorrência de acidentes para daqui a apenas dois anos.

Uso de drogas

A OMS estima que o consumo de drogas é responsável por 500 mil mortes anuais. Especialistas, como o palestrante Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas, enfatizam que o número de condutores profissionais usuários de drogas no país é alarmante. Para Rizzotto, é necessário desestimular o uso das drogas pelos motoristas, de modo cada vez mais efetivo, exigindo o exame toxicológico antes da habilitação. Somente nos dois primeiros anos de aplicação do exame mais de 1,2 milhão de motoristas profissionais não renovaram a carteira de habilitação, possivelmente, na visão do especialista, por serem usuários de drogas.

Por: Redação Na Boléia

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