Mercedes-Benz se prepara para a era dos caminhões elétricos no Brasil
A busca por soluções mais eficientes e sustentáveis na área de transporte é a tônica que tem movido esse setor nos últimos anos. Várias empresas vêm investindo em tecnologias e inovações que já estão revolucionando a mobilidade no mundo e começam também a chegar no Brasil.
Uma dessas inovações é o desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos. A Mercedes-Benz é uma das fabricantes que têm apostado nesta tendência. Seguindo o posicionamento global da Daimler, a Mercedes-Benz do Brasil vem se preparando para a introdução de caminhões e ônibus elétricos e autônomos no País.
“Esta é uma realidade na Europa, que deve chegar ao Brasil, mas de forma gradual. Já existem avanços neste sentido, mas temos grandes desafios a perseguir, entre os quais, há questões como a autonomia dos elétricos para cada operação, o custo, descarte e ciclo de vida das baterias, a infraestrutura necessária de abastecimento etc. Mas tudo isso já está sendo discutido e deverá ser solucionado ao longo dos anos. Acreditamos que por volta de 2021 este mercado deva estar mais maduro no País”, analisa Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços para Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
Para que esses produtos sejam viáveis no País do ponto de vista técnico, econômico e ambiental, a montadora segue uma estratégia global, que prevê a oferta integrada de um conjunto de soluções de tecnologia, conectividade e serviços, a qual o Grupo Daimler está chamando de CASE (Connected, Autonomous, Shared & Services e Electric). A ideia do Grupo é que cada um dos quatro pilares (conectividade, direção autônoma, compartilhamento & serviços e sistemas de propulsão elétrica) sejam conectados de forma inteligente, viabilizando a implementação das soluções e provocando uma mudança benéfica para toda a cadeia de transporte.
Ainda como parte dessa estratégia, grupo Daimler também criou o EMG (E-MobilityGroup) voltado ao desenvolvimento de sistemas de propulsão elétrica. Trata-se de uma organização independente que cuida dessa tecnologia no segmento de veículos comerciais.
Aplicações urbanas
Segundo o Leoncini, pela facilidade de recarga das baterias nas cidades, a distribuição urbana deverá ser o primeiro segmento no Brasil a ganhar versões de caminhões elétricos leves. “Conforme o desenvolvimento do mercado, a oferta de elétricos avançará para outros segmentos e aplicações rodoviárias”, acrescenta o VP.
Aliás, inicialmente, esse segmento foi o foco do Grupo, que investiu na produção de caminhões leves elétricos para uso urbano e em curtas distâncias, que percorrem até 240 km por dia, com carregamento noturno das baterias. São usados em operações como distribuição de mercadorias, transporte de bebidas, abastecimento de supermercados, coleta de lixo, correios e entregas de e-commerce, entre outras.
Nessas aplicações o grande salto foi a redução de emissões e do nível de ruídos, tornando essas soluções eficientes para transporte urbano, especialmente para as zonas de restrição das grandes cidades. Nos segmentos de médicos e pesados, o Grupo Daimler também já oferece modelos elétricos para operações rodoviárias de curtas e médias distâncias.
Conforme explicou Marcos Andrade, Gerente de Produto Caminhão da Mercedes-Benz do Brasil, um dos grandes desafios da propulsão elétrica é o armazenamento eficiente de energia. Recentemente, durante uma palestra para jornalistas na fábrica da montadora, em São Bernardo do Campo, ele ressaltou que a energia armazenada em um caminhão extrapesado eActros corresponde a mais de 61.500 pilhas AA para uma autonomia de 200 km. Isso significa que, na comparação entre sistemas de propulsão elétrica e motores a diesel, as baterias são 25 vezes mais pesadas e precisam de 16 vezes mais espaço. Além disso, o consumo de energia de um eActros que rode cerca de 200 km por dia corresponde ao de 38 residências no Brasil.
Na visão de Roberto Leoncini o desafio maior não está em construir caminhões e ônibus elétricos e autônomos, mas em oferecer um pacote completo de produtos e serviços que ajudem os clientes a alcançar os resultados previstos e a rentabilidade esperada.
Enquanto o País se prepara para esse novo mundo, a Mercedes-Benz acredita que o melhor para o Brasil, em curto e médio prazo, é a combinação de soluções com os motores a diesel, combustíveis alternativos e tração elétrica.
A corrida pelos autônomos
A Daimler também está investindo no desenvolvimento de veículos autônomos. Atualmente, no chamado Nível 1 dos caminhões autônomos da Daimler Trucks, o motorista realiza continuamente a função de orientação longitudinal e lateral, enquanto o sistema executa outras funções. Em breve, num nível 2 de evolução, haverá uma automação parcial, com o motorista precisando monitorar o sistema constantemente.
No nível 3, chamado de automação condicional, o motorista não necessita monitorar o sistema constantemente, mas precisa estar pronto para tomar o controle quando necessário. O nível 4, de automação elevada, não necessita de motorista em situações específicas. Já o nível 5, de automação total, não necessita de motorista do começo ao fim do percurso.
O caminhão extrapesado Actros brasileiro, top de linha da marca no País, já utiliza recursos que estão presentes no Nível 1 do caminhão autônomo, como o sistema de Assistência Ativa de Frenagem (ABA), o Sistema de Orientação de Faixa de Rolagem, o Sistema de Controle de Distância e o piloto automático com radar.
“O caminhão autônomo integra-se ao conceito de uma logística futura que busca eficiência e segurança”, explica Marcos Andrade, gerente de Produto Caminhão da Mercedes-Benz do Brasil. Segundo ele, essa solução trará benefícios, como a redução da fadiga do motorista, redução de acidentes, otimização logística de carga, rotas e paradas, melhor eficiência energética, condução otimizada para consumo e operação em comboio, e já vem sendo testada na Europa, Estados Unidos e Ásia.
Caminhões elétricos do Grupo Daimler
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Por: Redação Na Boléia