3-20122016No processo seletivo de um hotel em São Paulo, os dez candidatos à vaga foram acomodados numa sala onde havia cadeiras, uma mesa com café e biscoitos, revisteiros e, pelas paredes, quadros com avisos sobre práticas adotadas pela empresa e recados direcionados aos funcionários. Enquanto aguardavam ser chamados, formou-se uma fila na mesa do café.

Um a um, ao ser chamado para a entrevista, a primeira pergunta era sobre o que havia observado na sala anterior. Apenas um respondeu que lhe chamaram a atenção os painéis de avisos nas paredes. Ganhou a vaga. Essa história é verídica, e me foi contada pelo próprio candidato contratado.

Quando visito empresas, sempre presto atenção a quadro de avisos. Na recepção, se tem um revisteiro ou uma mesa com revistas e publicações, eu costumo ver o que tem disponível, quais os títulos, e se estão relacionados com o que a empresa faz. Primeiro, por ter o vício da leitura. Segundo, porque aprendo muito nessas oportunidades.

Hoje, com o atual cenário de crise econômica, tem motorista sobrando no mercado. É o momento ideal para selecionar os melhores entre os que estão disponíveis para compor o quadro de funcionários da empresa. E não só de motoristas, também para qualquer outra função.

Mas é preciso ter certeza que a seleção será feita da melhor forma, com critérios que realmente selecionem os melhores.

O exemplo acima é apenas outro critério de avaliação, que deve somar-se às competências específicas para a função ou cargo pretendido, mas não menos importante.

Os veículos estão evoluindo cada vez mais, assim como os negócios estão se modificando, como tenho destacado ultimamente neste espaço. É necessário buscar talentos capazes de evoluir simultaneamente com esses novos recursos, tecnologias e necessidades.

Ao contratar um motorista, seu departamento de pessoal ou RH sabe como e o que deve avaliar? Normalmente, para esta função conta-se com a ajuda e o parecer de um encarregado ou administrador da área. Mas e quando se trata de um borracheiro? Ou um mecânico? Ou um controlador (ou gestor) de pneus?

Mais do que estar apto para a função, o quanto o novo contratado está preparado para colaborar com a empresa, trazendo sugestões e ideias para melhorar a si próprio, o ambiente e a empresa de modo geral?

E quando este ou qualquer outro funcionário apresentar sugestões ou apontar falhas ou deficiências, a organização e os que lá trabalham estão preparados para ouvir quando forem justas as alegações e a reconhecer suas próprias imperfeições?

Voltando aos quadros de avisos, quando eles existem, devem ser utilizados com frequência e inteligência. De nada adianta estar lá, na parede, mas com papéis já amarelados e ressecados pelo longo tempo de exposição. Seu conteúdo deve ser renovado de tempos em tempos por novas publicações, em linguagem acessível, se possível com alguma ilustração. O uso de cores e títulos em destaque ajuda a atrair a atenção de quem passe pelo local, ao notar que algo diferente foi colocado lá.

Quanto às revistas é muito fácil perceber se já foram manuseadas ou não, e esta é a característica que mais me chama à atenção. Muitas são cedidas em cortesia, gratuitamente.

Outras, a empresa ou alguém que lá trabalha é assinante. Mas, se o conteúdo da revista tem relação com as atividades da empresa, por que (pelo menos, aparentemente) ninguém lê?

Nessas revistas, é comum encontrar uma etiqueta identificando um nome ou um departamento ao qual foi endereçada, e em boa parte dos casos é para a Diretoria ou a um de seus integrantes.

Outra situação comum, que envolve diretamente a formação e capacitação do quadro de colaboradores, é quando ocorre um curso, treinamento ou uma palestra. São convocados os funcionários em geral e, não raro, não comparece ninguém da alta administração ou gerência. Por vezes, nem mesmo do staff intermediário, como supervisores, chefes ou encarregados.

E aí fica a pergunta: se os que ocupam cargos de chefia não participam da atividade, como irão avaliar se a atividade resultou em alguma melhoria na formação de seus subordinados? E mais ainda, como irão cobrar que ensinamentos e orientações que lhes tenham sido transmitidos sejam efetivamente colocados em prática, se desconhecem o que foi exposto?

Numa ocasião, e com o compromisso de não revelar a origem, um gerente de frota me disse que não comparecia aos treinamentos porque, muitas vezes, para que algo fosse colocado em prática seria necessário haver investimento na compra de um determinado equipamento, por exemplo. E, desconhecendo o assunto, ficava mais fácil “fugir” da obrigação de dar continuidade e continuação ao tema.

Tudo isso é parte do dia a dia de qualquer empresa ou trabalhador. Mesmo naquelas que sejam reconhecidas por sua excelência, sempre há espaço para melhorar e progredir. E aquele candidato do início deste texto, não apenas foi contratado como progrediu rapidamente na carreira e na empresa.

Por: Redação Na Boléia

2 comentários sobre “Revista: Um novo mercado, um novo funcionário

  1. PREZADO SR. SOU UM PROFISSIONAL COM 35 ANOS DE EXPERIENCIA EM TODO SEGUIMENTO DE PNEUS, O QUE PUDE OBSERVAR AO LONGO DOS ANOS QUE AS EMPRESAS NÃO ESTÃO PREPARADAS P/CONTRATAR PROFISSIONAIS DI FATO , POIS QUEREM CONTRATAR UM PROFISSIONAL COM MESTRADO E DOUTORADO E PAGAR SALARIO MINIMO ,TIVI UMA EXPERIENCIA EM UMA GRANDE EMPRESA DE TRANSPORTES ONDE NOS PRIMEIROS 20 DIAS DE TRABALHO CONSEGUI RECUPERAR DA SUCATA MAIS DE R$ 2.000.000,00 SEM CONTAR NA MUDANÇA E TRATATIVAS COM OS FORNECEDORES ,MAS DE NADA FUI VALORIZADO ,QUAL MINHA AÇÃO PEDI DEMIÇÃO PELA MA GESTÃO EM TODOS OS SETORES .

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