Uma das pautas que mais afligem o setor rodoviário de cargas é a oscilação no preço do diesel, que afeta diretamente as operações das transportadoras e também dos motoristas com relação ao planejamento estratégico e financeiro para as suas viagens.

O combustível é o único utilizado para os veículos que precisam realizar grandes distâncias e manter sua autonomia, como o caso dos caminhões, e, somente em 2022, o preço médio do diesel passou por reajustes duas vezes. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mensurou os preços no mercado interno e descobriu um disparo de 16% do preço de importação do diesel no ano passado em relação ao mercado internacional.

Levando em consideração essas variações, as operações a longa distância são afetadas pela necessidade de reavaliação das empresas do setor, que precisam incluir esse preço em seus fretes e acabam, de certa forma, encarecendo os serviços. Essa questão também é levada em consideração pelos motoristas autônomos, que esticam a jornada de trabalho para aumentar o número de viagens, resultando em um retorno de capital maior, mesmo com as determinações obrigatórias da lei do descanso para esses profissionais.

Desta maneira, a diretora administrativa da Zorzin Logística, Gislaine Zorzin, explica como pode ser realizado esse balanço: “Hoje, as transportadoras legalmente precisam supervisionar o colaborador que realiza os fretes a longas distâncias. O cálculo do combustível já deve ser considerado e incluído nessas operações de maneira uniforme, bem como o tempo de viagem, reforçando a necessidade de o motorista compreender e cumprir a lei do descanso”, comenta a executiva.

De acordo com as estatísticas da Polícia Rodoviária Federal, somente no ano passado as autuações por excesso de jornada nas estradas brasileiras tiveram um aumento de 218%.

Esse tipo de conduta preocupa as empresas que realizam o transporte no modal rodoviário e que precisam reforçar diariamente a necessidade de conscientização nas estradas. Gislaine complementa: “A lei do descanso seria suficiente se as pessoas cumprissem à risca. Por isso, tanto as transportadoras quanto aquelas que terceirizam o serviço de transporte precisam realizar a fiscalização por meio do tacógrafo e de rastreadores e avaliando a jornada, de modo que essas exigências sejam respeitadas por ambas as partes para que a segurança da operação não seja afetada diretamente”.

A remuneração para os profissionais que lidam com o transporte nas estradas para as empresas do setor também é um fator limitante para minimizar a cultura da extensão de viagens: “Sabemos que uma série de fatores precisa ser levada em consideração para que a gestão de horas trabalhadas seja obedecida. No entanto, se o profissional possui uma remuneração compatível com o mercado e respeita as leis necessárias, haverá um melhor rendimento do trabalho e, por consequência, mais segurança”.

Na Zorzin, buscamos acompanhar de perto essa questão, pois temos essa cultura fortemente enraizada na nossa empresa e buscamos cumprir a lei do motorista integralmente, principalmente por transportarmos produtos químicos. Por isso, um bom gerenciamento de risco é essencial para qualquer empresa que preze pela segurança e pelo rendimento da operação como um todo”, finaliza a executiva.

Por Redação Na Boléia

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