1-27122018-minEm 23 de outubro último, estive presente, representando a Editora Na Boléia, ao lançamento do pneu Cargo Marathon 2, em evento realizado pela Goodyear.

O evento começou com uma apresentação da empresa e do produto, gama de medidas, cronograma de lançamentos ao mercado etc. Em seguida, um tour pela fábrica ou, pelo menos, parte dela. Orientações sobre segurança, distribuição de equipamentos de segurança, fones de ouvido com comunicador, aviso de que é expressamente proibido fotografar – e lá fomos nós visitar a fábrica.

A planta de Americana/SP é uma das 49 fábricas da Goodyear no mundo, além de dois centros técnicos. Lá, são produzidos cerca de 35 mil pneus por dia, para automóveis, caminhões e máquinas.

Iniciamos a visita pelo setor final de preparação de massas. Após homogeneização, as mantas de borracha são estocadas aguardando as próximas etapas e, nesta fase, já ostentam aquelas listras coloridas que vemos na banda de rodagem dos pneus.

Circulam pela internet e redes sociais algumas versões sobre o significado dessas listras e, em sua maioria, é pura fantasia. Um pneu é constituído de diversos materiais e, em se tratando especificamente de borracha, são vários compostos distintos conforme a aplicação. A composição da borracha dos talões é diferente da que é utilizada nas laterais, e que, por sua vez, também difere da que irá constituir a banda de rodagem.

E falando em banda de rodagem, há diferenças na formulação do composto de borracha conforme o pneu que será fabricado. Em um pneu de uso urbano será diferente de outro, de uso misto. Isso sem falar dos chamados “pneus verdes”, nos quais parte do negro de fumo (um derivado de petróleo) é substituída por sílica (dióxido de silício).

Antes da vulcanização, ao ser montado em suas várias partes, a última a ser aplicada é a borracha que irá compor a banda de rodagem, que é como um camelback utilizado na reforma de pneus, que irá adquirir o desenho ao ser comprimido contra as paredes do molde.

Cada medida de pneu, considerando a largura da banda de rodagem e profundidade de sulco no desenho acabado, requer uma manta de borracha específica, com largura, espessura e peso predeterminados, capaz de preencher as cavidades sem deixar falhas. E para diferenciar a que irá num pneu ou outro, são utilizadas cores para diferenciar umas das outras.

A seguir, veio o setor de vulcanização, em que os pneus são colocados em prensas verticais dotadas de moldes com 5 até 12 partes, incluindo as laterais. A compressão da borracha se dá de fora para dentro pelo fechamento do molde, e no sentido inverso pela expansão de uma espécie de bexiga, inflada com nitrogênio.

Depois as áreas de acabamento e controle de qualidade, em que 100% dos pneus passam por exame, tanto visual quanto por equipamentos. Como nos foi dito durante a visita, a fabricação de pneus ainda depende muito do homem, embora a automação seja crescente.

E encerramos na pista de testes, com uma volta (na condição de passageiro) a bordo de uma van Sprinter, calçada com os novos pneus e direito a zigue-zague em pista molhada.

O pneu

O Cargo Marathon 2 irá substituir o antecessor G32 Cargo, destinado a equipar vans e VUC’s. São oito medidas que cobrem aproximadamente 84% desse segmento de mercado. Segundo as informações transmitidas pela equipe que nos recebeu, em relação ao G32, o novo modelo oferece maior quilometragem, durabilidade e conforto. É 4% mais leve, 5% mais silencioso e tem 10% menos resistência ao rolamento, o que se traduz em redução do consumo de combustível.

São oito medidas disponíveis conforme o seguinte cronograma:

– Agosto/2018: 225/70R15, 225/75R16 e 205/75R16, para Sprinter, Daily, Master e Ducato;
– Dezembro/2018: 195/75R16, 195/80R14 e 205/70R15, para Daily, Bongo, Ducato e Jumper;
– Janeiro/2019: 195/70R15 e 185/80R14, para HR, Bongo e Kombi.

Os índices de carga e velocidade são os mesmos do modelo anterior e, segundo informado, não deverá haver alteração de valor. Como nem tudo são rosas, agora a má notícia. Questionados sobre a recapabilidade do novo modelo, foi informado que não é reformável e que essa informação irá constar no certificado de garantia do produto. A verificar e esperar que vendedores e compradores leiam o certificado e que isso seja claramente informado no momento da venda.

Por Pércio Schneider
Redação Na Boléia

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