A Repom, marca da Edenred Brasil, que oferece soluções de gestão e pagamento de despesas para frota própria e terceirizada, realizou um levantamento sobre a evolução do frete rodoviário com base em mais de 500 mil operações, que gerenciou no País, entre 1º de março e 25 de abril. O mapeamento revelou o comportamento da movimentação de cargas semana a semana em diferentes setores de atividade, que com exceção do agronegócio, chegou a registrar uma queda de 28,8% no início deste mês, quando comparado ao comportamento da primeira semana de março.

As análises mostram um recuo de 17,5% em todos os setores de atividade em abril, na comparação com o mesmo período do mês anterior. Os setores mais impactados pelas medidas de isolamento social são aqueles de transportes de grande magnitude, como o da construção civil e insumos de matéria-prima como papel e celulose.

Com a continuidade da quarentena, prevemos um cenário de queda para todas as atividades nas próximas semanas, com exceção do agronegócio, que segue em alta e não deve sofrer o mesmo impacto de outros setores, especialmente pelo momento da safra da soja“, comenta o Head de Mercado Rodoviário da Edenred Brasil, Thomas Gautier.

No recorte semanal da variação da demanda por frete em diferentes setores de atividade, na comparação com a primeira semana de março, as análises apontam que o número de operações cresceu 2,4% entre os dias 15 e 21; já na semana seguinte, recuou 20,8% (de 22 a 28 de março), momento que marcou o início das medidas de isolamento no País.

O mês abril também começou com baixa de 15,4% (de 29 de março a 4 de abril); e chegou ao pico de baixa de 28,8% na segunda semana (de 5 a 11 de abril), seguidos por recuos de 11,2% (de 12 a 18 de abril) e 17,8% (de 19 a 25 de abril).

Na comparação com o ano passado, o levantamento também indica reflexos da pandemia nas operações de transporte de carga. Quando as operações são comparadas com as do mesmo período de 2019 (01/03 a 25/04), apresentam alta de 10,7% na demanda dos pedidos de frete ligados a diversas atividades econômicas, que poderia ser ainda maior, se não fosse o contexto atual, que impactou o cenário de retomada da economia brasileira, especialmente pelo bom momento de setores como o da construção civil, enquanto o agronegócio registrou 9,6% de crescimento.

O mapeamento realizado pela Repom também destaca outros recortes das operações de frete nos últimos dias, entre eles o comportamento no feriado de Páscoa e do escoamento de cargas para regiões portuárias. Quando analisado uma semana anterior, como também os dias da semana que antecederam o último feriado de Páscoa, as operações de frete apresentaram um recuo de 6,7%, quando comparado com o mesmo período de 2019. O que demonstra um eventual reflexo da redução da movimentação de cargas relacionadas a atividades do varejo.

Já considerando as operações de fretes para regiões portuárias, as transações de todos os setores de atividade, entre eles o agronegócio, cresceram 4% em abril em relação ao mesmo período de março. Já no comparativo do período de atual, com o ano de 2019, houve crescimento de 22,3%.

Só na região de Miritituba, no Pará, que se consolida como um importante polo para o escoamento dos grãos para a exportação, o crescimento foi de 41%, quando comparada as operações entre 1º de março e 25 de abril deste ano, com o mesmo período de 2019. Enquanto isso, outras cidades portuárias cresceram apenas 6%.

Soja aquece demanda por frete no agronegócio

O agronegócio se destaca com crescimento de 10,1% nas operações de frete, quando são comparados os dados de março, com os de abril, apesar do atual contexto de crise. As análises relacionam também o período do escoamento da soja, que ocorre em março, abril e maio, ao aquecimento da demanda pelo frete no setor.

Ao analisar os mesmos períodos no comparativo com o ano anterior, percebemos que o frete para transporte de grãos de soja teve um crescimento de 9,6%. Essa curva ascendente justifica-se porque abril é o pico do escoamento da safra da soja, que impacta de forma especial as operações do setor até o final de abril. E, a partir de maio, o mercado já começa a se preparar para a safra do milho que acontece entre julho e agosto“, explica Gautier.

No recorte semanal da variação da demanda por frete no setor, na comparação com a primeira semana de março, as análises apontam que, entre os dias 15 e 21, o número de operações cresceu 13,5%; registrando alta de 6,5% na semana seguinte. O mês abril começou com alta de 14% (de 29 de março a 4 de abril); e seguiu assim com avanços de 6% (de 5 a 11 de abril), 23,8% (de 12 a 18 de abril), e 16,2% (de 19 a 25 de abril), que mostram fortes picos nas últimas semanas.

Por Redação Na Boléia

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