5-11102016
Foto ilustrativa

Conhecido como “a nova gasolina”, o lítio, matéria-prima para baterias que alimentam veículos elétricos e equipamentos de alta tecnologia, como smartphones, está cada vez mais demandado e caro. E a tendência é que essa expansão se acelere, diante das projeções de desenvolvimento da indústria de automóveis híbridos e elétricos no mundo.

Atualmente, 33% do consumo do lítio está vinculado à produção de baterias para veículos, conforme a consultoria IHS Chemical. Mas o índice deve aumentar, já que a expectativa é que, em 2025, carros elétricos e híbridos (os que estão equipados com uma bateria e um motor à combustão interna) constituirão 40% dos novos emplacamentos em todo o mundo. Serão 40 milhões de carros ingressando no mercado todos os anos e que precisarão de uma bateria de lítio.

Além disso, a discrepância que existe entre os preços dos modelos convencionais para os elétricos reduza, alavancando a procura por esses automóveis. Atualmente, o carro elétrico é 45% mais caro que o convencional. Em 2025, essa diferença deve cair para 5%. Os números são da consultoria AlixPartners. Outro indicativo para o aumento do mercado é o fato de a China ter a meta de ter, nas ruas, cinco milhões a mais de veículos elétricos até 2020.

Com tudo isso, a projeção é que a demanda pelo lítio em 2025 seja 11 vezes maior do que é hoje, podendo chegar à marca de 300 mil toneladas por ano. Para se ter uma ideia da necessidade do uso do metal, um automóvel como o Chevrolet Volt, híbrido da GM, precisa de 100 vezes mais lítio do que o usado em um notebook para ter autonomia de 60 quilômetros.

Esses cenários tornam o lítio um produto cada vez mais valorizado. O preço do espodumênio, mineral do qual ele é extraído, aumentou 20% em dois anos. Atualmente, o custo da tonelada é de US$ 480, US$ 100 a mais do que em 2014, segundo dados da consultoria londrina Benchmark Mineral Intelligence. Já o preço atual do carbonato de lítio, variante química mais utilizada no mercado chinês, subiu 215% entre o último trimestre de 2015 e o primeiro de 2016, até chegar a US$ 19.000 a tonelada, segundo analistas do Citigroup. Para este ano, é estimado um aumento de 30% no restante do mundo.

Além do elevado custo para obtenção, o lítio não tem uma cotação oficial de mercado e apenas quatro empresas controlam 85% da produção mundial. São elas: a chilena SQM, as norte-americanas FMC e Albermale e a australiana Talison.

Enquanto os chineses atingem uma produção expressiva do carbonato de lídio, devido a incentivos do estado, mais de 50% da reserva mundial do metal está concentrada na América do Sul. A Bolívia, com 22,7%, é o país que possui a maior quantidade, com cerca de 40 milhões de toneladas, segundo dados do US Geological Survey. Somado a Chile (18,9%) e a Argentina (16,4%), os três países concentram, na região das salinas, conhecida como o Triângulo do Lítio, a maioria das reservas mundiais.
Fonte: CNT de Notícias

Por: Redação Na Boléia

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