Detran.SP alerta: os perigos de dirigir alcoolizado
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) promove, em maio, em parceria com o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, a campanha educativa #FocaNoTrânsito. Em sua terceira semana, a ação aborda um tema recorrente que, dia após dia, faz mais vítimas no trânsito: a mistura de álcool e direção.
A iniciativa faz parte do Maio Amarelo, cor que remete à atenção e, por isso, foi adotada internacionalmente para representar o mês voltado à segurança no trânsito. De acordo com relatório de 2015 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,25 milhão de pessoas morrem anualmente por causa de acidentes viários.
A Organização aponta também que o consumo de substâncias alcoólicas antes de dirigir é um fator que pode ser associado diretamente ao envolvimento em acidentes de trânsito e à gravidade das lesões, fato confirmado pela médica Julia Greve, fisiatra do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas. “Em acidentes em que é constatada embriaguez do motorista, o tipo de lesão é, geralmente, mais grave. Ele perde a noção dos espaços e, principalmente, do perigo das suas atitudes.”
Dados do Ministério da Saúde mostram outro dado preocupante: 10% dos homens e 2% das mulheres do Estado de São Paulo admitiram dirigir depois de consumir bebidas alcoólicas. A gravidade dos danos ocasionados também está relacionada à velocidade em que se trafega.
A mais recente versão da Lei Seca, de 2012, prevê tolerância zero para ingestão de álcool antes de dirigir. No entanto, como os bafômetros têm uma margem de erro determinada pela legislação federal, os condutores são autuados quando apresentam a partir 0,05 miligramas de álcool por litro de ar expelido.
O limite equivale a menos de um copo de cerveja. Ou seja, qualquer quantidade de álcool é suficiente para gerar a infração. “É importante que a tolerância seja zero, porque essa é a única garantia de que o álcool não vai interferir na capacidade do motorista. Cada pessoa é afetada de forma diferente, não há como padronizar uma quantia segura”, pontua Julia.
O motorista flagrado dirigindo após consumir bebidas alcoólicas é multado em R$ 2.934,70 e notificado a responder processo de suspensão do direito de dirigir por um ano. Quem se recusa a fazer o teste do bafômetro recebe as mesmas penalidades. E, mesmo sem soprar o etilômetro, se o perito identificar alguma anormalidade durante o exame clínico, o cidadão pode responder também por crime de trânsito. A pena é de seis meses a três anos de prisão. Para quem faz o teste, o índice que corresponde a crime é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido.
Apesar do alto risco de dirigir após beber, há quem tente driblar o bafômetro seguindo dicas de páginas da internet, como a ingestão de vinagre, antisséptico bucal, chocolate ou medicamentos que aceleram o metabolismo. No entanto, nenhum produto interfere na precisão do etilômetro. Uma vez que o aparelho mede o álcool ingerido, que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, foi exalado dos pulmões, o único modo de sair ileso do teste é não beber antes dirigir.
“Além de colocar em risco a vida do próprio motorista, dirigir alcoolizado ameaça também as pessoas ao redor. A bebida reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor. Dirigir exige máxima atenção, e somente com senso de responsabilidade e engajamento de todos podemos ter um trânsito mais seguro e humano”, ressalta Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.
Em 2016, somente o Detran.SP aplicou em todo o Estado 41.972 multas por embriaguez ao volante ou recusa ao teste do bafômetro, 26% a mais do que a quantidade aplicada em 2015, de 33.237. Além do Departamento, as polícias rodoviárias estadual e federal também autuam por embriaguez ao volante.
Por: Redação Na Boléia