Após introduzir, no ano passado, seu primeiro caminhão movido a gás natural veicular (GNV) e/ou biometano no País – unidade então adquirida pela RN Logística, de São Paulo, para transporte de produtos da L’oreal –, a Scania anunciou a marca dos 50 veículos vendidos desse modelo no Brasil.

Segundo revelou Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil, as 50 unidades foram adquiridas por várias transportadoras de diversos tamanhos. A venda mais recente foi para a Transmaroni, que comprou 11 unidades. Engordam a lista a Pepsico com 18 caminhões, a RN que conta com 7, a Jomed com 5, a Coopercarga com 1, a Transtassi com 2, a CCL com 1, a Carsten com 1 e a Charrua com 1.

Uma parte dos veículos vendidos já entrou em operação. No caso da Transmaroni, do lote de de 11, dois modelos já se encontram em circulação. Um no transporte de carne para a JBS e o outro na entrega de produtos do Centro de Distribuição do Carrefour, em São Paulo.

A Scania é o nosso maior parceiro no transporte. Já entrega um caminhão que consome muito menos combustível. Agora, trouxe o modelo a gás, que é ainda mais sustentável. Investimos nesta compra porque acreditamos no futuro”, explica Gustavo Maroni, diretor operacional na TransMaroni Transportes.

Para o diretor, a pandemia só intensificou o que que já era o objetivo da TransMaroni: trabalhar por um mundo mais limpo. “Com a pandemia, sobrou mais tempo para pensar. Estamos confiantes de que teremos bons números com essa tecnologia”, revela.

De fato, essa preocupação com o planeta é o que tem motivado muitas empresas a adquirirem os caminhões a gás da Scania. De acordo com Munhoz, cada vez mais os clientes estão buscando soluções sustentáveis para suas operações, pois percebem que, além de contribuir com a preservação do meio ambiente, podem também ter melhoria de receita e mais eficiência na gestão da frota.

“A sustentabilidade é uma tendência que veio para ficar. A maior parte das vendas ocorreu durante a pandemia, o que comprova esse compromisso das empresas de tornarem seus negócios mais verdes. O GNV é uma das alternativas para reduzirmos as emissões de poluentes. Entendemos que desenvolver esse mercado é um trabalho de longo prazo. Estamos imensamente satisfeitos de saber que temos, juntamente com nosso parceiros, liderado esse processo no Brasil”, acrescenta Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.

Conforme o executivo, a busca pela sustentabilidade tem movido também muitos embarcadores que optam por veículos com combustíveis alternativos, visando cumprir compromissos públicos para redução de poluentes. O transportador que atende essas empresas, por sua vez, sai na frente ao oferecer soluções que ajudem a atingir essas metas.

Redução de emissões de poluentes de até 90%

Um dos fortes apelos dos veículos Scania movidos a GNV é justamente o baixo impacto ambiental. Segundo Munhoz, em comparação aos caminhões similares movidos a diesel, a redução de emissões de CO2 pode chegar a até 12% quando o veículo é abastecido com GNV. Quando é utilizado o biometano, essa redução sobe para até 90%.

Otimista com a receptividade dos clientes brasileiros pelo modelo a gás, a Scania – mesmo diante do cenário adverso causado pela pandemia – pretende vender 100 caminhões a GNV ainda em 2020.

Estrutura de abastecimento

Apesar do avanço dessa tecnologia no Brasil, um dos maiores gargalos continua sendo a estrutura de abastecimento. Segundo Munhoz, no eixo Rio-São Paulo, a disponibilidade do GNV é maior.

As demais regiões também abrigam postos, porém, a demora no abastecimento é um problema. O fato é que para abastecer um caminhão movido a GNV com mais rapidez são necessários equipamentos de alta pressão.

Os postos que oferecem GNV, em geral, utilizam compressores de baixa pressão, que funcionam muito bem para carros de passeio. Segundo Munhoz, esses estabelecimentos também já estão se adaptando e modernizando suas estruturas para atender essa nova demanda.

Hoje, existem no País, cerca de 1,5 mil postos que abastecem GNV. A Scania tem trabalhado também com distribuidoras de combustíveis para melhorar essa rede. Se tivermos um posto a cada 300 ou 400 quilômetros, conseguiremos atender melhor os motoristas com caminhões a gás”, comenta Munhoz.

Ainda segundo ele, até 2021, o País deve contar com uma boa rede de abastecimento de GNV para veículos pesados.

Já em relação ao biometano, a dificuldade é um pouco maior, uma vez que o produto não é encontrado com facilidade em todas as regiões. Mas, de acordo com Munhoz, existem empresas desenvolvendo projetos para maior oferta na distribuição também de biometano.

Uma delas é a Raízen, que inaugurou a primeira fábrica do mundo em escala comercial a utilizar a tecnologia de conversão da torta de filtro (resultante da purificação do caldo de cana) e vinhaça como matérias-primas para fabricação de biogás e geração de energia elétrica.

A planta opera em Guariba, São Paulo. Parte do gás que será produzido pela fábrica poderá ser destinado à fabricação do biometano.

Mais sobre os caminhões Scania

Os caminhões pesados Scania movidos a gás natural veicular (GNV) e/ou biometano atendem operações de médias e longas distâncias. Com motor Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis), prometem ser 20% mais sliecnciosos.

Segundo a Scania, na fabricação, os motores não são convertidos do diesel para o gás, garantindo aassim um desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel.

Para oferecer segurança ao motorista, os cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro (em conformidade com a lei). No motor são três válvulas (vazão, pressão e temperatura), que liberam o gás em caso de anomalia em um destes três quesitos. Os cilindros são feitos do mesmo material usado em ogivas de mísseis, portanto, bem seguro.

No caso de incêndio ou batida, o gás é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão – diferentemente de um veículo similar abastecido a diesel, que é mais perigoso, pois o líquido fica no chão ou em cima do caminhão.

A Scania também anunciou adaptações na rede de concessionárias para receber os veículos mais sustentáveis, como boxes, ferramentas e check-list especiais, que já começam a ser implementados.

Por Redação Na Boléia

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