5-21062016Neste ano, tivemos a estreia de um novo circuito no calendário da Fórmula 1. Localizado na cidade de Baku, no Azerbaijão, é um circuito de rua com adaptações feitas para se adequar às necessidades de uma corrida, e uma delas causou inúmeros problemas às equipes. Trata-se da colocação de zebras que, mal instaladas, em razão da trepidação soltavam os parafusos de fixação os quais causaram cortes nos pneus.

Esse problema afetou pelo menos 15 pilotos, entre eles os dois brasileiros, e chegou até a cancelar a classificação da categoria GP2, prévia da corrida principal. Situação semelhante acontece nos pátios dos locais de carga e descarga e também das transportadoras. Não com zebras, é evidente, mas com a presença de parafusos e outros detritos que, uma vez presos aos pneus, vão causar furos, cortes e penetrações quando estiverem rodando, já longe do local onde o problema começou.

Pneus de uso “normal” (se comparados com os de um carro de corridas) têm muito mais borracha na banda de rodagem e são mais duros. Por isso, a perfuração demora mais tempo para acontecer. Quem já não passou pela situação de chegar em casa com tudo em ordem e na manhã seguinte encontrar o carro na garagem com um pneu vazio? Principalmente em pneus sem câmara, o esvaziamento é lento e demora a chamar a nossa atenção, embora já tenha ocorrido há algum tempo.

E nas empresas, especialmente nas transportadoras, é comum encontrarmos a situação em que não existe uma clara separação entre o pátio de manobras e a oficina. Pior ainda, muitas vezes, os reparos e manutenções são feitas no pátio mesmo, e não em um local específico.

Certa vez, ao visitar uma grande transportadora em São Paulo, encontrei uma grande quantidade de hastes de rebites espalhada pelo chão. A empresa, ao realizar um trabalho de organização, mandou instalar placas indicativas em diversos pontos, sinalizando locais e departamentos. Tudo muito bonito. Só que as placas foram fixadas com rebites, e as hastes ninguém se deu ao trabalho de recolher, nem mesmo depois que chamei a atenção para o fato. Resultado: aumentou a incidência de furos.

Parafusos, pregos, arruelas, pedaços metálicos diversos. A lista do que pode penetrar e perfurar um pneu é imensa. Já encontrei empresas que mantêm um mostruário de tudo o que é retirado de seus pneus para servir de exemplo e de alerta, mas são casos extremamente raros, apesar de bastante válidos.

A maior parte dos danos do tipo perfuração começa em locais em que o veículo esteve parado ou manobrando em baixa velocidade, mas só serão percebidos longe dali. Antes de reclamar do motorista e de que o veículo passou por algum lugar em que havia detritos pelo chão, faça a lição de casa. Ou melhor, a limpeza de sua própria casa.

Por: Pércio Schneider

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