A influência das cores no desenvolvimento dos modelos VW
“Esperamos por esse tipo de amarelo por um longo tempo.” Astrid Göring põe de lado cuidadosamente uma pequena tigela contendo o pó de cúrcuma, abrindo espaço para o chamado “mood board”, ou “painel de referência”. A placa mostra diferentes tonalidades de amarelo – entre outras coisas, como uma foto de uma brilhante plantação de milho, o rótulo de uma garrafa de limonada francesa e uma amostra de tecido de uma cortina italiana.
“Para achar inspiração, no início nós colecionamos de tudo. Usamos esses exemplos como base para a primeira reunião com o fornecedor de tintas. É quando precisamos comunicar nossa ideia do tom final: com um toque de refinamento, ou com reflexos vivos assim que o sol brilha sobre a pintura”, explica Astrid Göring.
Ela e sua colega Susanne Gerken trabalham na matriz da Volkswagen em Wolfsburg, Alemanha, no departamento de “Color & Trim”. É lá que a força criativa dá origem a novos conceitos: cores, acabamentos e novos tipos de tecidos para os diferentes modelos da Volkswagen.
Susanne Gerken e Astrid Göring estão em busca da próxima tendência em cores. Gerken está contente: “Um amarelo vibrante como esse (usado no Arteon) não seria tecnicamente viável no passado. Mas muita coisa mudou na composição dos pigmentos coloridos.”
Juntamente com seu grupo, Susanne Gerken é responsável pelo design de cores dos carros como o Passat, Sharan e Arteon, entre outros veículos. O Amarelo Cúrcuma foi mostrado pela primeira vez no Salão do Automóvel de Genebra, em 2013. Como a resposta do público à cor foi muito boa, a tonalidade virou realidade.
Variedade de escolhas no interior
Susanne, Astrid e seus colegas decidem sobre as cores e materiais de todas as superfícies criadas pelos designers de interior e exterior. No interior, há uma abundância de escolhas: tipos de couro, variedades de tecidos, além de madeira, alumínio ou pintura para os frisos precisam ser selecionados. Cores, acabamento e superfícies. Além disso, é claro, a escolha das cores para a superfície exterior, incluindo os aros das rodas, faz parte do processo. Também há diferentes versões de tetos de lona para modelos conversíveis, como o Beetle Cabrio, por exemplo.
Em resumo: a equipe precisa escolher materiais compatíveis para cobrir todas as superfícies do veículo que o cliente consiga ver e sentir, por dentro e por fora. E eles fazem isso para todos os modelos da Volkswagen, para todos os mercados. Há um espectro de cerca de 80 cores externas diferentes à escolha. E pintura não é apenas uma tinta. Ela vem em versões sólidas, com acabamentos metálicos ou com efeitos perolizados. Elas incluem cores clássicas, como o Vermelho Tornado e o Branco Puro, disponíveis para as linhas Fox e Golf, por exemplo. Partículas coloridas cuidadosamente desenvolvidas criam um brilho intenso e sensação de profundidade.
Com essa grande seleção de cores e materiais, a Volkswagen segue a tendência global no sentido da individualização. Juntamente com a casa e o trabalho, os carros se tornaram o terceiro ambiente mais importante nas vidas de muitos clientes. E eles querem criar esse “terceiro espaço” individualmente, personalizado como suas casas.
As opções nessa área não são mais limitadas à cor da carroceria. No novo up!, por exemplo, os clientes podem optar entre várias combinações internas (dependendo da versão), variando a cor dos espelhos externos, das rodas e do teto. Todas as cores e combinações são verificadas pelo time de designers, que faz isso em intervalos regulares para garantir o aspecto contemporâneo e, quando necessário, adaptar o espectro a novos desenvolvimentos.
Qual a influência das cores e materiais no conjunto?
Algumas cores podem reforçar o estilo de um veículo. Idealmente, elas reforçam perfeitamente cada linha, cada raio e cada curva. Mas só quando as cores são combinadas com materiais compatíveis no interior é que o pacote completo se revela. “Nós não queremos enfeitar nossos carros, mas em vez disso aperfeiçoá-los com a ajuda das cores e materiais. Tentamos dar ênfase aos detalhes de maneira que eles contribuam para um efeito geral forte e harmonioso”, explica a designer têxtil Susanne Gerken.
Para isso, é preciso que a coordenação dentro da equipe funcione com precisão. A pintura é um produto industrial altamente complexo e, por isso, tem um quê de estrela: “No final do processo de desenvolvimento, não podemos mais mudar nada em relação à cor, mas você pode escolher outro tipo de costura para a cobertura dos bancos”, diz Astrid Göring, explicando o desafio para todos os envolvidos.
Por: Redação Na Boléia