Confirmando as previsões anunciadas para o setor no final do ano passado, a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) confirmou uma retração de 44,7% no volume de implementos rodoviários emplacados em 2015, em comparação aos números registrados em 2014.

No ano passado, a indústria entregou 88.315 unidades ante 159.870 produtos em 2014. O segmento Pesado (Reboques e Semirreboques) foi o que registrou maior queda: 47,51%, enquanto que o segmento Leve (Carroceria sobre Chassi) teve retração de 43,25%. Ou seja, em 2015 a indústria entregou 58.645 unidades contra 103.341 produtos em 2014.

No segmento de Reboques e Semirreboques (Pesados) foram emplacados 29.670 produtos contra 56.529 em 2014.

Segundo a Anfir, a queda em 2015 representa um recuo de 11 anos. Em números absolutos, o total emplacado no ano passado é um dos quatro piores resultados do setor, cujas estatísticas são medidas pela Anfir desde 2004. “O desempenho mais próximo ao apurado em 2015 é o de 2004, portanto, recuamos 11 anos”, afirma Alcides Braga, presidente da entidade.

Ele lembrou que nos anos de 2005 e 2006, o total emplacado também esteve abaixo de 2015. “É a primeira vez, desde 2007, que a indústria não ultrapassou a marca de 100 mil produtos emplacados”, informou o presidente.

Para 2016, o desempenho do setor deve ser semelhante ao apurado no ano passado. Segundo Braga, diante da situação econômica e das regras de financiamento vigentes, pode-se esperar, inclusive, uma ligeira queda. “Acreditamos que não deverá ter crescimento porque a economia não dá nenhum sinal de retomada, infelizmente”, estima Braga.

Segundo projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2016, o setor de pesados, incluindo caminhões e ônibus, mais uma vez enfrentará dificuldade semelhante ao prever volume de 76,1 mil unidades, 14% menor que o de 2015, quando as 88,4 mil unidades já ficaram 46,2% abaixo do resultado do ano anterior.

Outras alternativas

Uma das saídas que poderia trazer algum alento ao setor de transporte rodoviário de cargas de um modo geral é a aceleração da implantação do Programa de Renovação de Frota. Segundo a proposta do setor, quem quisesse trocar o veículo antigo receberia uma carta de crédito. Em reposta à declaração do Presidente da Anfavea, o Ministério da Fazenda informou que “não há espaço fiscal” para projetos que envolvam gastos. A assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento também emitiu comunicado destacando que não há nenhuma decisão do Governo sobre programa ou subsídio para renovação da frota.

Em dezembro de 2015, a Anfavea e mais 18 entidades elaboraram um programa para substituição da frota entregue no mesmo mês ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A justificativa da Anfavea é que o programa de substituição de frota, ao colocar nas ruas veículos mais novos, traria vantagens como melhorar a segurança no trânsito, reduzir a poluição e proporcionar economia de combustível. Segundo ele, de 230 mil caminhões da frota brasileira, por exemplo, 20% têm mais de 30 anos.

Segundo a entidade, um dos impasses por parte do Governo é saber se a implementação do programa geraria uma alta nas vendas, e, consequentemente, aumento na arrecadação de tributos.

Por: Redação Na Boléia

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