m1-16022017CNT apresenta levantamento que apresenta perspectivas do transportador em relação à economia do País e aos desafios do setor para os próximos anos

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou, no final de 2016, a oitava edição da Pesquisa Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador, cujo objetivo é avaliar a percepção do transportador quanto a questões macroeconômicas, investimentos, contratações, oferta de infraestrutura, custos e produtividade, entre outros.

O trabalho oferece instrumentos para o planejamento estratégico de empresas e de órgãos públicos, além de permitir que a sociedade, em geral, conheça melhor as perspectivas dos empresários do setor sobre o desempenho econômico brasileiro.

Nesta edição, participaram transportadores dos segmentos de cargas e passageiros nas seguintes modalidades de transporte: rodoviário, ferroviário, aquaviário, aeroviário, urbano por ônibus e metroferroviário.

No levantamento, foram ouvidas, no período de 17 de outubro a 11 de novembro de 2016, 795 empresas em todo território nacional, sendo 425 da área de TRC.

Conforme apontou o levantamento, a crise realmente impactou o setor de transporte rodoviário de cargas. Ou seja, 2016 foi um ano bastante difícil, que provocou demissões, queda de frete e receitas e até mesmo falências.

Apesar do cenário negativo, os transportadores entrevistados demonstram um certo otimismo para 2017 e 2018, decorrente da maior confiança no novo Governo, que promete fazer os ajustes fiscais necessários e priorizar investimentos em infraestrutura de transporte que o Brasil tanto precisa.

Confira a seguir alguns dados da pesquisa

Mesmo com um mercado ruim e o setor registrar queda de 7,0% no volume de serviços no acumulado no ano (IBGE 2016), as mudanças no cenário político, ocorridas ao longo de 2016, contribuíram para que o transportador aumentasse sua confiança na gestão econômica do Governo Federal: 53,5% dos empresários que participaram da Sondagem evidenciaram que seu grau de confiança na condução da política econômica aumentou. Ainda que 61,0% dos transportadores afirmem que seu atual grau de confiança é moderado, esse quadro representa uma mudança significativa das expectativas em relação ao ano anterior.

Na Sondagem do ano de 2015, 84,0% dos entrevistados afirmaram que seu grau de confiança na gestão econômica do País havia reduzido em relação a 2014, e 86,0% afirmaram que tinham um baixo grau de confiança (apenas 13,3% o declararam moderado).

Além da mudança política, as propostas do novo Governo influenciaram positivamente as expectativas do setor. Entretanto, a demora para a solução da questão política e o baixo desempenho econômico do País em 2016 fizeram com que os transportadores modificassem sua percepção sobre a efetiva retomada do crescimento: 49,3% acreditam que isso só será percebido em 2018.

Embora se espere uma retomada mais significativa da atividade econômica apenas em 2018, 48,8% dos entrevistados confiam que a economia terá melhor desempenho já neste ano. A percepção dos empresários está alinhada à publicada no Relatório Focus do Banco Central do Brasil (Bacen). Segundo o levantamento do Bacen, a expectativa do mercado é que o PIB, após queda estimada de 3,37% em 2016 , cresça 1,13% em 2017. A maior confiança na equipe econômica influenciou ainda a expectativa em relação às demais variáveis econômicas avaliadas pela Sondagem.

No que se refere à carga tributária, 52,2% dos empresários acreditam que ela será mantida em 2017. Esta é a primeira vez, desde o início da Sondagem, em 2012, em que mais de 50,0% dos transportadores entrevistados revelaram crer na manutenção da carga tributária do setor.
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá manter-se, em 2017, no mesmo patamar observado em 2016 para 39,3% dos entrevistados. Contudo, 38,1% acreditam em queda.

Esta última percepção está mais alinhada à previsão do mercado, que indica que, em 2017, a inflação irá convergir para um patamar próximo ao centro da meta, com IPCA previsto para 4,93% a.a.

Caso essa previsão seja confirmada, a queda da inflação poderá representar para os transportadores uma redução da pressão sobre os seus custos, com a possibilidade de recuperação de parte da rentabilidade perdida nos últimos anos.

O levantamento apontou também que outra variável macroeconômica sem expectativa de crescimento em 2017 para 77,0% dos entrevistados é a taxa de juros.

Em 2016, a queda no volume de serviços de transporte acumulada no ano chegou a de 7,0%, após a redução de 6,1% em 2015. Essa questão dividiu transportadores quanto ao desempenho da atividade em 2017.

No geral, os entrevistados mostram aumento de confiança na gestão econômica do Governo. Além disso, as projeções de melhor desempenho da atividade econômica para 2017 impactaram positivamente a expectativa do setor sobre a receita bruta, a quantidade de viagens e o volume de cargas e passageiros que serão transportados.

Para 47,7% dos entrevistados haverá crescimento de suas receitas brutas oriundas do incremento no número de viagens (48,1%) e da movimentação de cargas (58,1%) e de passageiros (40,4%). Outros 42,3% esperam que a receita bruta será mantida no mesmo patamar de 2016.

Embora se mostrem confiantes em relação ao desempenho da economia, os transportadores mantêm-se cautelosos quanto à expansão de suas empresas: 64,3% afirmaram que manterão o tamanho de suas frotas, 74,6% a área de atua-
ção e 82,2% suas instalações físicas.

A possibilidade de aumento dos principais insumos é uma das preocupações dos entrevistados. No levantamento, 46,4% esperam por aumento no preço dos combustíveis e 48,2% no preço dos lubrificantes. Para a maioria dos empresários do transporte rodoviário (cargas e passageiros), o preço dos pneus também aumentará (50,6%).

Na pesquisa, os empresários (55,4%) também revelaram que esperam aumento no preço cobrado pelos serviços de transporte em 2017. Segundo os entrevistados, esse aumento é necessário para recuperar o fluxo de caixa, comprometido durante a crise, e restabelecer a rentabilidade das empresas de transporte do País.

Quanto aos investimentos, 77,0% das empresas de transporte classificam o acesso ao crédito como difícil; 63,7% das empresas de transporte entrevistadas na Sondagem não adquiriram veículos em 2016 e 44,6% não pretendem adquiri-los em 2017. Tirando a questão da crise, a dificuldade de acesso ao crédito e o aumento do custo do capital são fatores que inibem a realização de investimentos pelo setor.

Cabe destacar que os empresários entrevistados afirmaram que o BNDES tem uma alta importância para a viabilização dos investimentos das empresas (45,0%), e 59,5% deles utilizaram as linhas de crédito da instituição nos últimos cinco anos.

Dos que as utilizaram, 53,1% financiaram até 60% dos seus investimentos com recursos do banco. Para os empresários que fizeram aquisição de veículos em 2016, 43,8% utilizaram recursos do BNDES. Segundo dados da instituição, os desembolsos das operações de crédito para o setor de transporte somaram R$ 6,35 bilhões nos primeiros seis meses de 2016, ou seja, 64,7% menores que os registrados no mesmo período de 2014.

Em 2015, foram desembolsados R$ 13,30 bilhões nos primeiros seis meses, ou seja, é, mais do que o dobro do realizado em 2016. Contudo, é possível que esse volume aumente já em 2017, dado que o percentual de empresas de transporte que pretendem usar as linhas de financiamento do BNDES é superior ao das que as utilizaram em 2016.

De fato, as dificuldades continuarão a preocupar os empresários neste ano, mas a boa notícia é que, na visão dos entrevistados, o Brasil entrará em um novo momento, com perspectivas de reversão de uma crise, das mais avassaladoras, que marcou negativamente a história do País, mas que será superada e trará grande lições para todos os empresários.

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Por: Redação Na Boléia

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