1-1-20082018-minDepois de conquistar a liderança de leves no Brasil, com a família Daily, a IVECO se prepara para novas investidas. Um dos objetivos é se tornar um fornecedor full-liner no País

Líder no segmento de leves a partir de 3,5 toneladas, com a família Daily, a IVECO tem encontrado, mesmo em tempos de estagnação econômica, oportunidades para fortalecer sua participação no mercado.

Durante este ano, a IVECO esteve arrumando a casa. Com a queda nos volumes de vendas, que afetou todo o setor, a empresa investiu em melhorias internas, otimizou a rede de concessionários, aprimorou os planos de serviços e implantou novos formatos de atendimento.

Em produtos, a grande novidade da montadora foi o lançamento da nova Daily City, que atende a um público que necessita de um veículo ágil e leve para entregas.
A fabricante também se prepara para ingressar no segmento de médios a partir de 2019, com uma linha já anunciada em avant premiere na Fenatran.

Ricardo Barion - Diretor de Marketing e Vendas da IVECO para América Latina
Ricardo Barion – Diretor de Marketing e Vendas da IVECO para América Latina

Nesta entrevista exclusiva à Editora Na Boléia, Ricardo Barion, Diretor de Marketing e Vendas da IVECO para América Latina, revela os planos e investimentos da montadora para os próximos meses, que tem como objetivo se tornar um fornecedor full-liner no Brasil.

Editora Na Boléia – O ano de 2018 começou com boas projeções de retomada da economia, mas que não tem sido no ritmo espedo. Qual a percepção da IVECO em relação à economia brasileira neste primeiro semestre de 2018?

Ricardo Barion – Embora não esteja na velocidade que esperamos, percebemos que a economia tem dado sinais de recuperação. Especificamente falando de caminhões como um todo, houve crescimento nesse segmento da ordem de 50%, em comparação ao mesmo período de 2017.

Essa alta foi impulsionada, principalmente, pelo setor de pesados, que cresceu 100% nestes primeiros seis meses ante ao mesmo intervalo do ano passado. O fato é que clientes de pesados e extrapesados estavam há quase quatro anos sem renovar a frota devido às dificuldades impostas pela crise econômica, mantendo veículos cuja manutenção já começa a impactar os custos operacionais. Portanto, a necessidade de substituição da frota ajudou a alavancar as vendas nessa categoria.

No segundo semestre, acreditamos que os segmentos de pesados e extrapesados não devem experimentar um crescimento tão grande, mas, por outro lado, vislumbramos uma melhora em outros segmentos, como o de leves, por exemplo,

Se essas previsões se confirmarem, na média, o mercado de caminhões como um todo deve crescer 30% neste ano, que era a projeção feita para o setor no final do ano passado. A IVECO também trabalha também com essa meta para 2018.

Hoje, percebemos algumas movimentações que podem alavancar o mercado de caminhões, como a retomada de programas de renovação de frotas por alguns estados e melhoria das condições de financiamento com taxas mais atrativas. Na sua opinião, quais fatores podem ainda ajudar a impulsionar o setor nos próximos meses?

1-4-20082018-minTodas essas movimentações contribuem para alavancar as vendas de caminhões. Em relação ao Finame, hoje percebemos também um crescimento de outras modalidades de crédito, como o CDC, entre outros, que oferecem taxas atrativas para o cliente, o que tem ajudado também nas vendas.

Mas não vejo nos próximos meses mudanças significativas em termos de taxas para o Finame. Quanto aos programas de renovação de frota, acredito que enquanto não se definir o cenário eleitoral, não teremos também um crescimento de negócios nessa área.

O que percebemos é que os grandes clientes têm buscado a renovação de sua frota. Porém, essa movimentação é bem menor no varejo. Os autônomos ainda estão em compasso de espera no momento de decidir pela aquisição de um novo bem, ou seja, eles não retomaram a confiança na economia, um comportamento que é reflexo da crise.
Com a melhora do ambiente econômico, esperamos que, nos próximos meses, os autônomos também sinalizem a intenção de compra, contribuindo para um crescimento das vendas também no varejo.

Acreditamos que o PIB deste ano será positivo e não vemos um cenário sombrio para 2019. A IVECO está em linha com o crescimento do setor. Temos mantido nossa participação de mercado de 7,5% e continuamos com nosso plano de investimentos, que contempla o desenvolvimento e lançamento de novos produtos, como a Daily City, que já é um sucesso de vendas. Estamos nos preparando para mais novidades nos próximos meses.

A empresa lançou recentemente a Daily City no segmento de leves. Como tem sido o desempenho da Daily City, já que se trata de um mercado altamente competitivo?

A IVECO é líder disparada no Brasil no segmento de leves a partir de 3,5 toneladas. Se analisarmos a categoria chassi cabine mais furgão, temos 25% do mercado. Considerando só chassi cabine, temos 60% de participação.

Nosso carro-chefe nesse segmento é a família Daily, que atende muito bem às necessidades dos clientes de centros urbanos e com zonas de restrição. Trata-se de um produto consagrado da IVECO.

A Daily City veio ampliar essa família, sendo direcionada àquele cliente que não tem o transporte como negócio principal. É o comerciante que tem um negócio, como e-commerce, venda porta a porta etc., e precisa entregar seus produtos.

1-3-20082018-minNesse caso, a Daily City se adequa perfeitamente a essa necessidade, pois é mais leve, ágil e econômica, garantindo uma distribuição rápida de produtos.

Em poucos meses de lançamento, a aceitação do produto superou nossas expectativas. Já temos 400 unidades em operação, seja rodando ou nas concessionárias, e mantemos uma boa expectativa em relação ao crescimento desse modelo nos próximos meses.

Com a crise, o que mudou no perfil dos clientes desse segmento? O que eles buscam na hora de escolher um produto?

Devido à crise, muitas pessoas perderam o emprego e decidiram montar seus próprios negócios. Nas pesquisas que realizamos, percebemos que esses clientes não são especialistas em transporte. Para eles, não interessa a potência, torque ou relação de marcha.

Eles buscam um produto confiável e que tenha um custo operacional baixo. A Daily City foi pensada para esses clientes. É um consumidor que faz conta e precisa de uma parcela que caiba em seu bolso. O próprio slogan adotado para o novo modelo vai ao encontro dessa característica do segmento: “A Daily que é seu número”. Até o momento, os resultados mostram que nossa estratégia foi bastante acertada.

A IVECO também tem buscado avançar no segmento de médios, com a linha Tector a IVECO Tector Auto-Shift, que, segundo anúncio feito durante a Fenatran, deveria começar a ser comercializada a partir do último trimestre de 2018. Essa estratégia se mantém?

Atualmente, já temos alguns veículos dessa linha rodando em testes em clientes. E estamos fazendo ajustes a partir de pontuações apresentadas por eles.

A intenção é desenvolver um produto de alta qualidade que atenda com excelência às necessidades desse segmento. Por isso, os testes são importantes, e a expectativa é começarmos a produção desses veículos a partir de janeiro de 2019.

Esse lançamento marcará a entrada na IVECO nesse segmento. Por isso, queremos desenvolver um produto competitivo e com diferenciais para fidelizar os clientes.

Sabe-se que, com a crise, muitas montadoras conseguiram alavancar vendas por meio dos bancos e financiamento próprios. Como estão as vendas de produtos IVECO por meio do Banco CNH Industrial e qual a representatividade desse canal nas vendas?

Hoje, 80% de nossas vendas têm origem por meio do Banco CNH, um canal extremamente importante para a empresa, por oferecer condições quase que imbatíveis para os clientes.

Tomando como exemplo a Daily City, o Banco CNH oferece um financiamento especial, por meio do qual o cliente coloca 50% de entrada e paga o saldo restante em 12 vezes sem juros. A parceria com o Banco CNH é estratégica hoje para a IVECO.

Qual a visão de futuro da IVECO para o Brasil?

É muito difícil prever exatamente o que irá acontecer no País. Mas a IVECO não acredita em piora do cenário. Até porque diante de uma crise que já dura mais de quatro anos e com uma frota mais envelhecida, há uma necessidade de renovação, o que vai acontecer mais cedo ou mais tarde, trazendo um novo fôlego para o segmento.

O fato é que o País precisa urgente de um programa de renovação de frotas efetivo, que seria muito benéfico para toda a cadeia, inclusive, na questão ambiental.Os investimentos em infraesturura também são urgentes, uma vez que o custo logístico no Brasil é extremamente alto, levando à perda de competitividade. Entretanto, essas questões deverão ser retomadas somente após as eleições.

Portanto, temos vários pontos de oportunidades para que o País atinja um ritmo de crescimento sustentável nos próximos anos. A indústria automobilística, da qual fazemos parte, estará sempre aberta e pronta para debater melhorias com o Governo Federal.

Dentro do plano de investimento de US$ 120 milhões da IVECO para novos produtos estão previstos novos lançamentos para os próximos meses?

O lançamento da Daily City faz parte desse plano de investimentos de US$ 120 milhões para o Brasil. Há dois anos, anunciamos um primeiro ciclo de investimentos da ordem de R$ 650 milhões para o período 2015-2017, que priorizou melhorias de manufatura, na linha de produção, processos etc. Esse aporte nos deu agilidade e nos preparou para essa nova fase, que contempla novo posicionamento de produtos, lançamentos, aprimoramento da rede de concessionários e fortalecimento da marca.

Nesses anos de crise, aprendemos grandes lições. Olhamos internamente e identificamos potencialidades e oportunidades que podemos trabalhar, a fim de nos tornarmos mais fortes neste segundo semestre e no próximo ano.

A Daily City já está se mostrando um sucesso de vendas e, posso garantir, que, nos próximos meses, teremos outras novidades em produtos.

Mantemos boas expectativas para 2019, ano em que ingressaremos em segmentos onde não atuávamos, como o de médios, e, com isso, atingiremos nosso objetivo de sermos um fornecedor full-liner.

A IVECO sempre acreditou no País e continua empenhada em contribuir para que o Brasil se recupere dessa crise e volte a ser um mercado próspero e atrativo.

1-5-20082018-min

Por: Redação Na Boléia

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