Bruno Dadalto Barbosa, de 30 anos.
Bruno Dadalto Barbosa, de 30 anos.

Desde 2013, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) oferece atendimento exclusivo a surdos. De lá para cá, o aumento na emissão de CNHs para surdos foi de 38,5%. Só no ano passado foram 5.889 CNHs emitidas para esse público no Estado.

Emerson Luiz de Araújo Andrade, de 28 anos, sempre teve o sonho de dirigir até a praia. Diagnosticado com surdez severa desde o nascimento, ele não imaginava que poderia realizá-lo, até conseguir sua habilitação.

Instrutor da Língua Brasileira de Sinais (Libras), Andrade contou que se sentia inseguro para fazer os testes para habilitação, mas que acabou encorajado amigos surdos que fizeram. “Eles me disseram que era tranquilo, que tinha auxílio. Então fui lá e fiz”, disse Andrade.

Já Bruno Dadalto Barbosa, de 30 anos, passou pela prova teórica e agora vai fazer o exame prático. Quando estiver habilitado, quer usar o automóvel da família para passear, ir ao supermercado e também arrumar um emprego em que possa dirigir.

“Uma das nossas maiores dificuldades com emprego é a comunicação. Como motorista é uma atividade que não exige tanta comunicação, é uma oportunidade. Futuramente, pretendo também tirar carteira para dirigir caminhão”, disse Barbosa.

Emertson Luiz de Araújo, de 28 anos.
Emertson Luiz de Araújo, de 28 anos.

Como obter

O Programa de Atenção à Acessibilidade do Detran.SP auxilia os surdos na prova teórica de habilitação. O teste tem mediação online de uma intérprete em Libras, que ajuda os candidatos na leitura das questões, permitindo a igualdade entre os cidadãos.

O serviço para surdos está disponível em todas as unidades do Detran.SP do Estado. Desde 2013, já foram emitidas 26.778 CNHs para surdos. O trabalho ainda inclui prova adaptada. No ano passado, foram 451 solicitações. Desde 2013, foram 1.323.

O Detran.SP disponibiliza no portal www.detran.sp.gov.br um tutorial em Libras para orientar os cidadãos surdos sobre as etapas do processo de habilitação e também como requerer a prova adaptada com o auxílio da intérprete.

O processo é o mesmo para todos os cidadãos: aulas e provas teórica e prática, e exames médico e psicológico. “Digo pra todo mundo que é muito fácil. O auxílio da intérprete na tela com computador é fundamental e funciona”, disse Bruno Dadalto Barbosa.

Por: Redação Na Boléia

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