1-1-16102018-minHá exatamente 50 anos, em 1968, a Continental colocava em funcionamento o primeiro carro sem motorista, controlado eletronicamente, na pista de testes Contidrom, em Jeversen, na Alemanha. O fato ganhou manchetes de jornais, revistas e emissoras de rádio com a mensagem “O futuro está aqui”.

Mesmo que o automóvel fosse destinado apenas para realizar testes de precisão e qualidade dos pneus, a invenção expandiu limites do mercado, abriu novos caminhos para o futuro, além de influenciar diretamente nos estudos e novas invenções dos dias de hoje.

Em um Mercedes-Benz 250 Automatic, os engenheiros instalaram diversos componentes, incluindo um dispositivo de direção e regulador de aceleração, ambos eletromecânicos, e um sistema de rádio para o envio de relatórios de medição. Por meio de um fio na superfície da pista, o sistema eletrônico utilizou sensores para verificar a direção do carro, ajustando sua ignição de acordo com as curvas. O veículo de teste sem motorista foi desenvolvido para a Continental em parceria com a Siemens, Westinghouse e pesquisadores de universidades alemãs.

O controle eletrônico, sem a influência humana direta, garantia um aumento considerável na precisão dos testes e medições. Desta forma, enviando apenas sinais para o veículo frear, acelerar ou acionar a buzina, os testes indicavam que a Contidrom, que havia sido inaugurada um ano antes, em 1967, estava sendo usada com sua capacidade total pela primeira vez. Além disso, a precisão dos processos possibilitou seu desenvolvimento e novas tecnologias aplicadas na produção dos pneus. Antes, as avaliações eram completamente subjetivas e não possuíam a mesma eficiência.

Durante o desenvolvimento do projeto, os engenheiros da Continental puderam viver experiências memoráveis na época, onde trabalharam na vanguarda de uma tecnologia que, atualmente, se tornou uma das maiores tendências do setor automotivo. Segundo Hans-Jürgen Meyer, um dos integrantes da equipe que trabalhava no projeto, houve uma fase piloto, na qual o objetivo era fazer o carro funcionar durante a noite. “Eu passava toda a madrugada na cabine de comando, vendo os faróis do carro aparecendo e desaparecendo. Em algum momento, eles simplesmente sumiam, o que significava que ele havia perdido o controle”, conta. Desde o início do trabalho, o foco principal do projeto era segurança em casos de acidente.

Hoje, a empresa continua trabalhando para criar dispositivos de direção, capazes de permitir uma condução automática e que estejam disponíveis para fabricação até 2025. Isso pode possibilitar que os motoristas direcionem sua atenção para outras atividades durante o trajeto, além de torná-lo mais prático e seguro. A Continental também é entusiasta desta possibilidade e acredita na criação de um sistema de direção totalmente autônoma no futuro.

A empresa também está testando componentes e sistemas para robôs-taxistas, que atuam sem motoristas, por meio da plataforma CUbE (Urban Mobility Experience). Ao mesmo tempo, busca conceitos de desenvolvimento de sistemas para veículos de frotas autônomas. Entretanto, este projeto visa um futuro mais distante, onde, se concretizado, será possível formar um conjunto numeroso de veículos autônomos com vários tamanhos e configurações, movidos a eletricidade.

Kurt Lehmann, diretor de tecnologia corporativa da Continental, afirma que criatividade e pioneirismo estão no DNA da Continental. “Hoje, trabalhamos para atender às demandas do futuro da mobilidade, da mesma forma que fazíamos há 50 anos. Enquanto o campo magnético de um fio era responsável pela navegação do carro no Contidrom, agora usamos computadores de bordo, navegação por satélite e sistemas avançados de assistência ao motorista. Naquela época, um único computador principal reunia os resultados produzidos, mas agora ligamos inúmeros carros diretamente pela Internet” afirma.

Por: Redação Na Boléia

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