Foto ilustrativa
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Em 9 de março, o site Bastos Já (Veja aqui o site) divulgou a notícia de que um caminhão pegou fogo, na terça-feira (8/3), por volta das13h, na entrada de Rancharia, na Rodovia Homero Severo Lins (SP-284). A nota informara que, de acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio começou com o superaquecimento dos pneus, e as chamas teriam subido pela carroceria, que era de ferro, mas estava carregada de papel picado. O trânsito ficou interrompido por 30 minutos, até o incêndio ser completamente controlado.

Já tratei de situação semelhante aqui na Boléia (veja edição 99, de setembro/2012). Pneus não pegam fogo assim, sem mais nem menos, nem aquecem tanto no atrito contra o piso. O que realmente aquece e dá início ao fogo são os freios, mal utilizados ou mal regulados. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Cidade pequena, carga quase sem valor, ausência de vítimas ou danos de maior monta. Talvez seja por isso que o caso teve pouca repercussão. Uma nota pequena, publicada em um único dia, e nada mais.

Ainda que com poucos detalhes divulgados, algumas deduções são possíveis. O fato de a carga ser de papel picado nos leva a suspeitar que o transporte, na verdade, era de sucata de papel. Daí a conclusão de ser de baixo valor. Cargas dessa natureza pagam fretes miseráveis, e fretes muito baixos são cargas para caminhões velhos e sem manutenção.

Por ser carga de baixo valor, para que se tenha um ganho um pouco melhor, o recurso utilizado é carregar o máximo possível e, para tanto, o que vale é o espaço físico da carroceria, pouco importando qual o peso. E sobrecarga é uma das causas de superaquecimento dos freios.

A cidade está situada em um planalto, a pouco mais de 500 km de distância da capital paulista. Na região em que a cidade se encontra e onde ocorreu o acidente, a topografia é plana, de declives suaves, o que não costuma exigir muito dos freios. Caminhão velho e excesso de peso não combinam com alta velocidade. Assim, é pouco provável que os freios tenham sido exigidos ao extremo. O mais provável é que estavam mal regulados ou até mesmo travados.

E nessa história toda ainda pode haver mais um componente: condutor pouco habilidoso, ou ainda com pouquíssima atenção e cuidado com o veículo e o próprio trabalho. Muito do que mencionei são apenas suposições, possibilidades dentro de um cenário com poucos detalhes comprovados. Mas uma coisa é certa: os pneus não foram os causadores do incêndio. A origem das chamas é outra, mais provável o óleo de freio que, uma vez em chamas, se propagou para os pneus, carroceria e carga.

Por: Percio Schneider

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